terça-feira, 30 de abril de 2019

INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM ATLETAS:

causas, prevenção e tratamento



Os benefícios físicos e psicológicos que a prática desportiva proporcionam são amplamente difundidos, no entanto, paradoxalmente, acarreta uma exigência que poderá causar disfunções muito variadas, nomeadamente do foro urogenital, como a incontinência urinária.

As mulheres são mais suscetíveis de sofrerem de incontinência urinária. Isto deve-se à sua anatomia
  • uretra mais curta, 
  • esfíncter uretral mais delgado, 
  • musculatura pélvica menos forte 
Deve-se, também, à gravidez que provoca maior peso sobre o pavimento pélvico e consequente distensão desta zona, sendo que o envelhecimento associado à menopausa é outro fator de risco para esta patologia.

O exercício físico, sobretudo em alta competição ou se praticado com muita regularidade e intensidade, vem adicionar-se às causas de incontinência urinária de esforço. Este tipo de incontinência urinária caracteriza-se pela perda involuntária de urina em situações de esforço (exercício, tossir, espirrar), em que existe um aumento súbito da pressão intra-abdominal. Quando os músculos do pavimento pélvico (que são fundamentais na manutenção da contração do esfíncter uretral e sustentação da bexiga) não possuem força ou tónus suficiente para responderem a estes aumentos da pressão abdominal brusca, ocorre a saída de urina de forma involuntária da bexiga.

Nem todos os desportos ou formas do exercício físico predispõem, da mesma forma, a mulher a sofrer de incontinência urinária. São os desportos de alto impacto, pelo aumento súbito e intenso da pressão intra-abdominal que são mais causadores desta condição em atletas. São exemplos a ginástica, o basquetebol, a corrida, o crossfit, entre outros em que ocorrem impactos e saltos com frequência. Estudos demonstram um risco 9 vezes superior de desenvolvimento de incontinência urinária em atletas de alta performance em modalidades de alto impacto. Em Portugal um estudo realizado em jovens atletas concluiu que 1 em cada 3 sofre de episódios de incontinência e que esta percentagem sobe para 80% em ginastas de alta competição.

Outro fator que contribui ativamente para a incontinência urinária é a desregulação
hormonal que existe em muitas das atletas. Estas são frequentemente amenorreicas (sem menstruação), não existindo produção de estrogénios que atuam na mucosa uretral, diminuindo assim a função uretral e, consequentemente, a capacidade de continência.

Este problema, além de afetar a qualidade de vida das atletas, influencia negativamente o seu desempenho desportivo. Ocorrem, com frequência, sentimentos de vergonha, ansiedade e medo, particularmente, em modalidades onde é utilizada muito pouca roupa.

Embora se afigure como um problema de índole íntima, associado a sentimentos de vergonha, é fundamental prevenir e tratar, quando for caso disto. A incontinência urinária pode ser prevenida e tratada com alto grau de eficácia.

A prevenção faz-se através da implementação de um protocolo de treino dos músculos do pavimento pélvico. Uma vez que as atletas realizam treinos com regularidade, seria fácil a implementação destes exercícios na rotina dos mesmos.

Quando os sinais de incontinência urinária em atletas já se encontram presentes, urge a necessidade de procura de tratamentos. O método de tratamento eficaz contempla: o ensino e realização de exercícios de fortalecimento do pavimento pélvico, terapia laser de baixa intensidade e, eventualmente, medicação.

Os exercícios do pavimento pélvico são um método muito eficaz no tratamento da incontinência urinária de esforço, pois aumentam o tónus e força muscular dos músculos responsáveis pelo controlo do esfíncter uretral, contribuindo para uma resposta eficaz aos aumentos súbitos da pressão intra-abdominal durante o exercício.

A utilização de laser de baixa intensidade é uma ferramenta terapêutica importante nesta patologia, sendo que, através do seu efeito de estimulação da microcirculação local, potencia o aumento do tónus e força musculares da bexiga e do pavimento pélvico, favorecendo o controlo sobre a função do esfíncter uretral e micção.

No caso de serem detetados déficits hormonais, a otimização hormonal, mediante medicação apropriada, verifica-se ser um recurso terapêutico essencial no tratamento desta patologia, dada a importância acima referida das hormonas na estimulação muscular do períneo.

Como é claro, a incontinência urinária é um problema muito frequente entre as jovens atletas, dada a exigência física de algumas modalidades desportivas, além das particularidades da anatomia feminina. Existem soluções que permitem restabelecer o controlo total sobre a bexiga e esfíncter uretral e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida e a performance desportiva.

Se chegou até aqui, então, encontra-se preparada para assumir o controlo da sua bexiga. Contacte-nos!!





Jean Gonçalves
Fisioterapeuta
jean.goncalves@clinicadopoder.pt 

Referências bibliográficas:

  1. Vitton V, Baumstarck-Barrau K, Brardjanian S, Caballe I, Bouvier M, Grimaud JC. Impact of high-level sport practice on anal incontinence in a healthy young female population. J Womens Health (Larchmt). 2011;20(5):757-63.
  2. Carvalhais, A., Jorge, R. e BØ, K. Performing high-level sport is strongly associated with urinary incontinence in elite athletes: a comparative study for 372 elite female athletes and 372 controls. British Journal of Sports Medicine, 2017;1-6.
  3. Bø K. Urinary incontinence, pelvic floor dysfunction, exercise and sport. Sports Med. 2004;34(7):451-64.
  4. Caetano AS, Tavares MCGCF, Lopes MHB, Poloni RL. Influência da atividade física na qualidade de vida e auto-imagem de mulheres incontinentes. Rev Bras Med Esporte. 2009;15(2):93-7.
  5. Bernards, A., Berhhamns, B., Slieker-ten Hove, M., Staal, J., de Bie, R., e Hendricks, E. Dutch guidelines for physiotherapy in patients with stress urinary incontinence: an update. International Urogynecology Journal, 2014;25, 171–179.
  6. Araujo MP, Oliveira E, Zucchi EVM, Trevisani VFM, Girão MBC, Sartori MGF. Relação entre incontinência urinária em mulheres atletas corredoras de longa distância e distúrbio alimentar. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(2):146-9



sexta-feira, 26 de abril de 2019

SAÚDE SEXUAL FEMININA E AS DISFUNÇÕES SEXUAIS

A sexualidade é uma componente importante da vida de qualquer mulher. O seu corpo permite a obtenção de momentos de excitação e de prazer.
Para gozar de uma sexualidade plena, a mulher necessita de conhecer bem o seu corpo, possuir liberdade para expressar os seus desejos e ter uma boa saúde sexual.
Ao longo da vida, sobretudo devido a alterações hormonais, existem modificações no funcionamento do corpo da mulher. Importa conhecer bem estas diferenças e também os principais problemas. Neste texto conheça as principais alterações fisiológicas, as patologias mais comuns e as formas de tratamento.

Fase Fértil
Este período decorre desde a primeira menstruação da mulher (que ocorre geralmente por volta dos 12-13 anos) até à menopausa (que pode suceder pelos 45-55 anos). Caracteriza-se pela fase em que a mulher se encontra fértil, do ponto de vista reprodutivo, sendo marcada pela existência do ciclo menstrual. Trata-se de um conjunto de alterações ao nível dos ovários e do útero que preparam o corpo da mulher para gerar um novo ser. A regulação deste ciclo comporta um grande conjunto de alterações hormonais que afetam o bem-estar físico e psicológico da mulher, influenciando também a sua saúde sexual. 

Os estrogénios são um grupo de hormonas fundamental na saúde da mulher. Responsáveis pelas características físicas do sexo feminino, são produzidos nos ovários e cruciais na regulação do ciclo menstrual. O seu nível varia ao longo do ciclo: atingem um pico no meio e o seu valor mais baixo durante a menstruação. Para além das suas funções reprodutivas, esta hormona sexual tem um papel importante em todo o organismo, sendo que os níveis baixos de estrogénios podem provocar problemas como: menstruações mais curtas ou inexistentes, sensações súbitas de calor, alterações no sono, secura e diminuição do tónus da vagina, pele seca, diminuição da líbido, alterações de humor, entre muitas outras. Por outro lado, níveis exagerados de estrogénios podem também ser problemáticos, causando: ganho de peso, aumento ou diminuição do sangramento na menstruação, aumento dos sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), fadiga, falta de líbido, ansiedade, depressão, entre outros. 

A progesterona é outra hormona muito importante a nível reprodutivo e na regulação do ciclo menstrual. Esta é responsável pelo desenvolvimento e manutenção do endométrio uterino, estrutura que recebe o embrião quando ocorre fecundação do óvulo. Quando os níveis de progesterona diminuem, dá-se o início da menstruação pela perda do endométrio. Assim, baixos níveis desta hormona têm consequências maioritariamente a nível do ciclo menstrual como: alterações na quantidade de sangue perdido durante a menstruação, períodos irregulares, dores abdominais durante a gravidez ou até mesmo abortos espontâneos.

A testosterona é a principal hormona sexual masculina, permitindo ao homem a produção de espermatozoides, a obtenção de ereções, líbido, a manutenção dos caracteres sexuais masculinos como barba, voz grave, entre outros. Contudo, na mulher esta hormona também tem funções importantes. Existe em quantidades substancialmente menores no organismo feminino, sendo produzida nos ovários e nas glândulas suprarrenais. Nas mulheres os níveis desta hormona influenciam a líbido e a excitabilidade sexual. Tem também um efeito de proteção cardíaca, manutenção da capacidade de memória, na manutenção e ganho de massa muscular, entre outras.

Menopausa
A menopausa é um processo biológico natural, caracterizado pelo fim das menstruações espontâneas. Ocorre em virtude da grande redução da atividade dos ovários que deixam de produzir, mensalmente, um óvulo. Marca o fim da fertilidade feminina e conduz a uma redução, mais ou menos, progressiva da produção de estrogénios, ficando a mulher exposta a um novo ambiente hormonal. A primeira manifestação desta fase da vida da mulher é o aparecimento de irregularidades menstruais que podem durar vários anos, culminando no desaparecimento da menstruação.  

A sintomatologia precoce da menopausa inclui sensações súbitas de calor e mudanças de humor. Com o passar do tempo e, consequentemente, com a diminuição progressiva da concentração de estrogénios no organismo, podem ocorrer alterações a nível: cerebral, cutâneo, articular, cardiovascular, ósseas e no peso. Estas alterações podem expressar-se pela presença de: dificuldades sexuais, secura vaginal, diminuição da líbido, aumento da TPM, períodos irregulares, depressão, tristeza, ansiedade, problemas urinários, maior risco de fraturas ósseas, maior risco de doença cardíaca, entre outras. 

O envelhecimento é significativamente regulado pela diminuição Hormona de Crescimento.
A ciência demonstra que, com a idade, os níveis desta hormona decrescem em todas as espécies até hoje estudadas. Em cada década, esses níveis caem 14% nos indivíduos entre os 21 e os 31 anos, de tal forma que, em condições normais de envelhecimento, ao atingirmos os 60 anos, a produção diária da hormona de crescimento cai para metade. Esta hormona tem enorme influência no nosso organismo, sendo que os baixos níveis desta estão associados ao aparecimento das mais diversas patologias.

Muitas mulheres têm líbido baixa ou dificuldades em atingir o orgasmo. Algumas delas não estão preocupadas com este tipo de problema mas para outras é algo que afeta o seu bem-estar. Se uma mulher se sente infeliz com alguma parte da sua vida sexual podemos dizer que estamos perante uma disfunção sexual feminina.

As disfunções sexuais femininas podem ser divididas em: Baixo desejo sexual (líbido), dificuldade em atingir a excitabilidade (lubrificação e relaxamento vaginais), dificuldade em atingir o orgasmo (clímax) e dor durante a relação sexual (dispareunia). Podem ocorrer mais do que um tipo de disfunção sexual, podendo ser temporárias ou duradouras ao longo da vida da mulher. Estas alterações são, normalmente, multifatoriais e afetam várias componentes da vida da mulher.

São muitas as causas das disfunções sexuais femininas, sendo fundamental uma avaliação
completa de forma a determinar qual a melhor abordagem terapêutica em cada caso. As causas gerais dizem respeito a patologias como diabetes, doenças cardíacas, artrite, esclerose múltipla, consumo frequente de álcool. A medicação utilizada para: a hipertensão, a depressão, a dor crónica ou a contraceção, é outra causa comum. As patologias ginecológicas como a endometriose, dor pélvica crónica, problemas no pavimento pélvico ou até mesmo cirurgias pélvicas ou genitais que envolvam lesões vasculares ou nervosas são outra frequente causa. 

Como vimos anteriormente os déficits hormonais originam muitas alterações na mulher, incluindo problemas do foro sexual. Os baixos níveis de estrogénios comuns na menopausa e em situações de mau funcionamento do ovário originam secura vaginal e dor durante o coito. A dimensão emocional e psicológica tem de ser tida em conta nestas disfunções sexuais. Estas podem ser a outra origem destas patologias ou, muito frequentemente, ser mais uma consequência das mesmas. Distúrbios de origem mental como o stress, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, abusos passados, medo de engravidar poderão estar presentes. Problemas na relação do casal ou crenças religiosas e culturais interferem, habitualmente, na vida sexual da mulher.

Tratamento
Para a definição de um tratamento adequado é fundamental uma avaliação cuidada dos sinais, sintomas e da forma como a mulher lida com o problema. Só assim, é possível determinar quais as terapêuticas mais indicadas e obter sucesso na restauração da plena saúde sexual feminina. Apresentamos de seguida algumas das formas de tratamento que devem ser consideras. 

Um dos primeiros passos a tomar é conversar com o parceiro sobre o problema. A comunicação pode ser uma forma eficaz de ambos ultrapassarem a questão, diminuindo a ansiedade, vergonha e stress associados. Outra etapa fundamental é a manutenção de um estilo de vida saudável. Manter ou atingir um peso corporal saudável, ter uma alimentação equilibrada e adequada, praticar exercício físico, eliminar hábitos nefastos como tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas, dormir bem (boa qualidade do sono e quantidade de horas suficiente), aumentam a sensação de bem-estar e a disponibilidade para as relações sexuais. 

Como já abordado, ao longo da vida da mulher existem grandes variações do perfil hormonal. Assim, a utilização de uma terapia de otimização hormonal pode revelar-se de grande importância depois de realizada uma avaliação dos níveis hormonais atuais. Depois da menopausa a utilização de estrogénios pode contribuir para o aumento da lubrificação vaginal e consequentemente da redução da dor durante o coito. Estes podem ser administrados de forma local (vagina) ou em todo o organismo (sistémico), através de implantes, cremes, pensos, ou via oral. A administração sistémica, para além de trazer os benefícios ao nível da saúde sexual permite obter a proteção de patologias associadas ao baixo nível de estrogénios. A testosterona, como já vimos, poderá também ser utilizada de forma a aumentar a líbido nas mulheres, ajudar a manter a composição corporal saudável (massa magra x massa gorda), bem como manter o tónus muscular quer do sistema musculoesquelético, quer da musculatura pélvica. A hormona do crescimento é um complemento na prevenção e tratamento destas disfunções, pelo efeito essencial que desempenha no organismo.

A terapia laser de baixa intensidade confere energia adicional e localizada, com efeitos benéficos a nível celular, fundamentais para readquirir o equilíbrio em situações em que o objetivo seja prevenir ou tratar doenças. Através da fotoativação celular que provoca, verificam-se os seguintes efeitos: melhoria da microcirculação sanguínea e linfática; ação reparadora e regeneradora dos tecidos; melhoria do sistema imunitário; aumento da síntese proteica e da atividade enzimática, entre outras. Assim, obtém-se um efeito protetor em diversos tecidos corporais, prevenindo e tratando várias patologias como as disfunções sexuais.


É possível contornar a sintomatologia das variadas alterações hormonais ao longo da vida da mulher, tal como, colmatar as diversas formas de disfunções sexuais e outras patologias como a depressão, por exemplo, com uma terapia de otimização hormonal.




Jean Gonçalves
Fisioterapeuta
jean.goncalves@clinicadopoder.pt 


Referências:
  1. Mernone L, Fiacco S, Ehlert U. Psychobiological Factors of Sexual Functioning in Aging Women - Findings From the Women40+ Healthy Aging Study. Front Psychol. 2019 Mar 13;10:546.
  2. Hormone Health Network. Endocrine Society. Consultado em março 2019 em https://www.hormone.org/hormones-and-health
  3. Antunes S, Marcelino O, Aguiar T. Fisiopatologia da menopausa. Rev Port Clin Geral 2003;19:353-7
  4. Sturde, D.W. The facts of gormone therapy for menopausal women. London. N.Y. Washington. 2004. P. 102


terça-feira, 23 de abril de 2019

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO

A incontinência urinária (IU) na gravidez é uma situação comum que afeta cerca de 67% das gestantes e que se manifesta com perdas involuntárias de urina.

Pode ser classificada conforme os sintomas apresentados em três principais tipos: incontinência urinária de esforço, incontinência urinária de urgência e incontinência urinária mista.


Esta condição possui uma alta prevalência, constituindo assim, um problema de saúde pública, pois, as suas repercussões podem atingir negativamente a qualidade de vida destas mulheres, seja pelo impacto físico, emocional, social e sexual. Apesar de ser uma condição bastante comum nas mulheres grávidas, poucas procuram ajuda para solucionar o problema, devido à carência de informação sobre possíveis tratamentos e por acreditarem ser um processo natural. 

A mulher durante a gestação sofre várias modificações fisiológicas no seu organismo, como: alterações do sistema hormonal, músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, tegumentar, gastrointestinal, entre outras. Alterações importantes podem surgir principalmente no sistema genito-urinário, desencadeando incontinência urinária e disfunções sexuais.


As principais causas da IU na gravidez e no pós parto podem estar relacionadas a fatores neonatais, como: elevado peso do neonato, grande perímetro cefálico, idade gestacional no parto; ou a outros fatores, como: longo trabalho de parto, uso de fórceps, parto traumático, episiotomia, lacerações do períneo, idade materna acima de 35 anos, multiparidade, tabagismo, entre outros que levam ao enfraquecimento dos músculos do pavimento pélvico.

O pavimento pélvico é um conjunto de tecidos musculares com a função de sustentar os órgãos pélvicos e realizar a manutenção das continências urinária e fecal, além de permitir as relações sexuais e o parto. O estiramento (distensão) destes músculos durante o parto vaginal é muito grande. Em muitos casos, não é identificada nenhuma lesão, pois as hormonas da gravidez auxiliam nesse processo, porém, num grande número de mulheres é possível identificar traumatismos que acarretam alterações morfológicas.


Mulheres que desenvolveram IU durante o período gestacional têm maior probabilidade de desenvolver a IU no pós-parto do que aquelas que não apresentaram nenhum sintoma urinário durante a gravidez. As mulheres submetidas ao parto vaginal podem evoluir para um quadro de incontinência urinária por esforço (IUE) no período pós-parto. 



A incontinência urinária, também pode ter impacto de forma significativa na função sexual das mulheres. Uma vez que têm medo de perder urina durante o ato sexual, ou da necessidade de interromper a relação para urinar. Deste modo, a perda urinária pode tornar-se um obstáculo para o envolvimento e satisfação sexual, pois, os sentimentos negativos, podem levar a mulher a sentir-se impotente por não conseguir controlar uma função do próprio corpo. Esta condição pode gerar: frustração, depressão e isolamento social.

O tratamento da IU na gravidez e no pós-parto pode englobar, dependendo da avaliação
de cada paciente, fisioterapia com exercícios de fortalecimento e relaxamento dos músculos do pavimento pélvico, terapia laser de baixa intensidade, electroestimulação e bio feedback, otimização do ambiente hormonal, melhorias dos hábitos de vida associados a uma dieta alimentar equilibrada e redução dos fatores de risco.

Os exercícios para o pavimento pélvico são geralmente recomendados durante a gravidez e após o parto para a prevenção e tratamento de incontinência, que podem ser feitos várias vezes por dia para fortalecer os músculos do pavimento pélvico, e são normalmente ensinados por um profissional de saúde como um fisioterapeuta.

De facto, a profilaxia é um fator determinante na vida da mulher, pois as estruturas que suportam os órgãos pélvicos necessitam de adaptar-se à sobrecarga do peso e à passagem do feto durante o parto vaginal. Para isso, os exercícios perineais e a preparação dos músculos do pavimento pélvico durante o período gestacional são fundamentais para prevenir danos neuromusculares e a IU, uma vez que é esperado um declínio da força do pavimento pélvico desde a 20ª semana de gestação até seis semanas após o parto.

Se está grávida ou pensa engravidar, contacte-nos!! Podemos ajudá-la a prevenir esta situação.

Se já é mãe e sofre com esta patologia, encontrou a solução!! Contacte-nos hoje mesmo.

Henrique Pedroso
Fisioterapeuta

Referências:

  1. http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2018/01/Parecer_6_2010_Tese_Licenciatura_Sonia_Carvalho.pdf
  2. https://www.tuasaude.com/gravidez-e-incontinencia-urinaria/
  3. https://interfisio.com.br/treinamento-dos-musculos-do-assoalho-pelvico-durante-a-gestacao-como-prevencao-da-incontinencia-urinaria-de-esforco-no-periodo-gestacional-e-no-pos-parto-vaginal/
  4. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99200/assis_lc_me_botfm.pdf?sequence=1&isAllowed=y
  5. https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/view/737/858
  6. https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/891/1354


quinta-feira, 18 de abril de 2019

ANTIAGING – A BASE DA MEDICINA PREVENTIVA

A medicina Antiaging/Antienvelhecimento é uma medicina preventiva que tem como objetivo proporcionar-nos uma melhor qualidade de vida, atrasando sinais e sintomas relacionados com o envelhecimento. Não é o elixir da juventude, nem tem por objetivo acrescentar mais anos de vida, mas pode atrasar o nosso relógio biológico, reduzindo substancialmente a velocidade com que envelhecemos. O que a medicina faz, atualmente, muitas vezes, é prolongar a vida do utente à conta de prolongar a doença, inibindo ou atenuando os sintomas associados a esta. 

O que conhecemos como doença, é a consequência da soma de carências graduais, crónicas e cumulativas de matérias-primas básicas de que o nosso corpo necessita para funcionar com perfeição, associada a um processo inflamatório, também, crónico e cumulativo de intoxicações várias.

Dizem os geneticistas que temos condições para viver até aos 120-130 anos embora, nos tempos que correm, o tempo médio de vida se situe nos 78 anos
Investigações mostram que todas as doenças crónicas têm na sua base um componente inflamatório significativo.

Por exemplo, a inflamação do cérebro pode causar depressão, Doença de Alzheimer ou síndrome de déficit de atenção. Se forem os vasos do coração a ser atingidos, pode resultar num ataque cardíaco. Se forem os vasos do pénis, a disfunção erétil pode ser a consequência.

Ela é também a causa real da obesidade, com proporções epidémicas nos tempos que correm, da diabetes, da hipertensão arterial e da síndrome metabólica, aumentando ainda em 10 vezes a possibilidade de desenvolver cancro.

Podemos mudar a forma como os genes se expressam através de um conjunto de fatores como a nutrição, redução das toxinas, exercício físico, otimização hormonal, suplementação alimentar, controlo e redução do stresse e demais fatores que se prendem a um estilo de vida pouco saudável.

A proposta que oferecemos consiste em aproximar os parâmetros biológicos, metabólicos e hormonais dos indivíduos, aos níveis encontrados em uma pessoa saudável de 22 a 30 anos. É nesta idade que o ser humano atinge o apogeu do seu desempenho e, como tal, a partir daí, começa a envelhecer.


Sendo assim, a Medicina Antiaging tem como objetivos principais:
  • Promover, em qualquer idade, níveis elevados de bem-estar e saúde;
  • Tratar a saúde primeiro que a doença, prevenindo-a;
  • Ensinar a envelhecer sem ficar velho de forma a morrer-se novo o mais tarde possível.

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades.

Sinta-se bem, consigo e com os outros!! 




Henrique Pedroso
Fisioterapeuta


VIVA COM SAÚDE, PODER E QUALIDADE DE VIDA!
GOSTE E PARTILHE MAIS E MELHOR SAÚDE!

Referências:
  1. http://www.esocite.org.br/eventos/tecsoc2011/cd-anais/arquivos/pdfs/artigos/gt004-tersaude.pdf
  2. http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/Hormonios%20da%20prescricao%20medica%20a%20terapia%20individualizada.pdf
  3. http://www.admedic.pt/uploads/Programa_I-Simpo-sio-Portugue-s-de-Medicina-Anti-Envelhecimento-I-Curso-Pra-tico-Hormonas-Bioide-nticas_25.11.pdf
  4. COELHO, Manuel Pinto. Chegar a novo velho: Medicina do futuro. 19. ed. Lisboa: Prime Books, 11/2016. 260 p.
  5. https://clinicadopoder.com.pt/antiaging/
  6. https://www.clinicadopoder.pt/pt/especialidades/anti-aging


segunda-feira, 8 de abril de 2019

HIPOTIROIDISMO - FATOR DE RISCO PARA DEPRESSÃO


GLÂNDULA TIROIDE

A tiroide é uma pequena glândula em forma de borboleta localizada inferiormente à protuberância laríngea, a conhecida maçã de Adão.

Sendo um importante regulador corporal – atua na regulação da temperatura, da fome, do gasto de energia, entre outros – os problemas de tiróide podem causar sintomas generalizados no organismo.

De acordo com o National Women's Health Information Center, estima-se que mais de metade da sociedade sofre com problemas de tiróide e desconhece que essa é a origem de muitas situações como: a fadiga extrema, a depressão e o desequilíbrio do peso ponderal.

A glândula tiroide controla muitos aspetos do metabolismo, incluindo a regulação da produção de várias hormonas que permitem que o corpo realize funções vitais - como a digestão e a reprodução, por exemplo. 

Por vezes, a função da glândula tiroide é alterada e a sua produção hormonal passa a ser escassa ou inexistente. Estas situações são problemáticas no que toca à regulação do peso corporal, estabilização do humor ou da líbido mesmo que os sintomas causados por esses desequilíbrios hormonais afetem cada indivíduo de forma diferente. (1,2)

Duas das mais importantes hormonas, produzidas pela tiróide, são as chamadas T3 (Triiodotironina) e T4 (Tiroxina). Estas hormonas, uma vez produzidas percorrem o corpo através da corrente sanguínea e convertem oxigénio e calorias em energia. Essa energia é crucial para funções cognitivas, regulação do humor, processos digestivos, líbido sexual saudável, entre outros.


Dentro das várias patologias da tiróide, o hipotiroidismo é a mais comum. É uma doença endócrina que resulta da perda de função da glândula tiroideia. De acordo com o estudo e_COR, da responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, a sua prevalência aproximada é de 9% na população de Portugal continental, registando-se uma prevalência do hipotiroidismo congénito de 1 em cada 3.200 recém-nascidos. 

Por outro lado, no estudo PORMETS, da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, encontrou-se uma prevalência menor, de cerca de 5%. De acordo com este último estudo, o hipotiroidismo atinge 4 vezes mais as mulheres do que os homens (2).

Principais fatores de risco:

  • Ser do género feminino
  • Ter 60 anos ou mais
  • Ser consumidor frequente de açúcar – ambiente hiperinsulinémico (3,4,5)
  • Ser consumidor frequente de adoçantes (incluindo aspartame e sucralose) (6,7)
  • Deficiência de iodo 
  • Ter um histórico familiar de doença da tiroideia
  • Ter uma doença auto-imune, como diabetes tipo 1 ou 2 ou doença celíaca (8,9)
  • Ter sido tratado com iodo radioativo ou medicamentos antitireoidianos
  • Ter sido exposto a radiação na zona do pescoço ou na parte superior do tórax
  • Ter sido submetido a uma cirurgia tiroideia (tireoidectomia parcial)
  • Estar grávida ou ter tido um bebé nos últimos seis meses

Laboratorialmente, o hipotiroidismo caracteriza-se por um aumento da hormona hipofisária reguladora da tiroide, a TSH (hormona estimulante da tiroide) que pode ser acompanhado, ou não, por diminuição das hormonas tiroideias triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) no sangue. Quando os níveis sanguíneos das hormonas tiroideias estão diminuídos, fala-se de hipotiroidismo clínico, uma forma da doença que pode atingir cerca de 1% e 1,6% da população de acordo, respectivamente, com os estudos e_COR e PORMETS e que, como o nome indica, se pode fazer acompanhar de sintomatologia clínica.

Alguns sintomas desta condição são:


HORMONAS TIROIDEIAS E A DEPRESSÃO

Estudos revelam que as hormonas tiroideias influenciam a neurotransmissão
noradrenérgica e serotoninérgica, que desempenham um papel fundamental na patogénese da depressão e são alvos das atuais terapias antidepressivas. 

Estes estudos revelaram níveis aumentados de serotonina (hormona do bem-estar e prazer) no córtex cerebral após a administração de T3, e a diminuição da síntese de serotonina no cérebro com hipotireoidismo. A serotonina tem, também, um efeito inibitório na secreção da hormona libertadora de tirotropina (TRH), sugerindo maior fornecimento da hormona T3, o que permite a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-tiróide quando os níveis de serotonina no cérebro estão baixos.

Não sendo o único elemento crucial para a produção de serotonina, as hormonas tiroideias mostram dar um contributo importante para o estado de ânimo, bem-estar e qualidade de vida (10).

HORMONAS TIROIDEIAS E O ANTIAGING

Sendo que a função tiroideia tende a ficar comprometida com a idade, torna-se muito vantajosa a avaliação regular e potenciação desta função.

Muitas vezes, patologias consideradas “normais para a idade” como a pressão arterial elevada, a hipercolesterolémia ou a insuficiência cardíaca, têm origem na insuficiência da função da tiróide. A boa gestão energética calórica no corpo e o estímulo para a produção de hormonas sexuais está diretamente associado à presença de hormonas tiroideias ativas – principalmente a T3. 

A avaliação e tratamento podem alterar sintomas em menos de uma semana (11).


NUTRIÇÃO PARA A TIROIDE

Assim como todos os outros órgãos, a tiróide precisa ser alimentada com nutrientes
específicos de modo a garantir o seu bom funcionamento. 
Diversos nutrientes, como o iodo e o selénio, desempenham um papel essencial no que diz respeito à função da tiróide. O Iodo e alguns aminoácidos são convertidos por esta glândula em hormonas T3 e T4. 

Pesquisas mostram que tanto o excesso como a falta de iodo podem afetar esse processo importante e contribuem para a disfunção da tiróide (12). A carência de vitaminas do complexo B, zinco e outros minerais, bem como problemas na absorção intestinal podem piorar a situação. 

Os distúrbios da tiróide e doenças associadas podem ter realmente um impacto negativo em praticamente todas as áreas da vida. Desde problemas como depressão, ansiedade ou disfunções sexuais. A manutenção da saúde tiroideia é vital para manter a sua vida física, mental, emocional e sexual em equilíbrio.

CUIDE DO SEU CORPO, dê energia e funcionalidade aos seus órgãos, potencie as suas hormonas, FIQUE JOVEM POR MAIS TEMPO.

Contacte-nos!!

Nutricionista 3285N 



Fontes: 
  1. Gessl A, Lemmens-Gruber R, Kautzky-Willer A. (2012) Thyroid disorders. Handb Exp Pharmacol. (214):361-86. 
  2. Kostoglou-Athanassiou, K. Ntalles (2010) Hypothyroidism - new aspects of an old disease. Hippokratia. Apr-Jun; 14(2): 82–87
  3. Rezzonico, J., Rezzonico, M., Pusiol, E., Pitoia, F., & Niepomniszcze, H. (2008). Introducing the thyroid gland as another victim of the insulin resistance syndrome. [Abstract]. Thyroid,18(4), 461-464. Retrieved August 24, 2017, from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18346005?dopt=AbstractPlus.
  4. https://www.thyromate.com/blog/thyroid-and-blood-sugar-relationship 
  5. Samechi, P. and Kim, P. The Association Between Sugar Substitutes and Hashimoto's Thyroiditis (HT). 15th International Thyroid Congress; Lake Buena Vista, Florida; October 19-23, 2015; abstract SCP 28. 
  6. https://www.verywellhealth.com/thyroid-patients-should-avoid-artificial-sweeteners-3233020 
  7. Pałkowska-Goździk E, Bigos A, Rosołowska-Huszcz D. Type of sweet flavour carrier affects thyroid axis activity in male rats. Eur J Nutr. 2018 Mar;57(2):773-782. doi: 10.1007/s00394-016-1367-x. Epub 2016 Dec 31.
  8. Chaker, L., Ligthart, S., Korevaar, T. I. M., Hofman, A., Franco, O. H., Peeters, R. P., & Dehghan, A. (2016). Thyroid function and risk of type 2 diabetes: a population-based prospective cohort study. BMC Medicine, 14, 150. http://doi.org/10.1186/s12916-016-0693-4
  9. Shun CB, Donaghue KC, Phelan H, Twigg SM, Craig ME. Thyroid autoimmunity in Type 1 diabetes: systematic review and meta-analysis. Diabet Med. 2014 Feb;31(2):126-35. doi: 10.1111/dme.12318. Epub 2013 Nov 8.
  10. Dayan, C. M., & Panicker, V. (2013). Hypothyroidism and depression. European thyroid journal, 2(3), 168-79. 
  11. http://www.hormonetherapyaugusta.com/thyroid,-hormones-and-anti-aging.cfm
  12. https://www.thyroid.org/iodine-deficiency/


domingo, 7 de abril de 2019

DIA MUNDIAL DA SAÚDE


“O importante é ter saúde, do resto corremos atrás” – dizem… 

Sem dúvida que a saúde vale ouro. Será que também podemos correr atrás dela? 

Muitas são as patologias que complicam a nossa condição física e mental e distanciam a saúde que todos queremos. Várias doenças assolam o mundo nos dias de hoje, sendo uma delas muitas vezes “incompreendida” - a depressão


Dados da OMS revelam que em 2015 a depressão atingia 322 milhões de pessoas no mundo, exibindo um crescimento de 18,4%, entre 2005 e 2015. Esta patologia é a que mais contribui para o suicídio, que em 2015 foi a causa de morte de 788 mil pessoas em todo o mundo, representando 1,5% das mortes nesse ano a nível global, e colocando o suicídio entre as 20 principais causas de morte.

O aumento da prevalência desta doença em 18,4% reflete o crescimento da população e também o seu envelhecimento, uma vez que a depressão é mais comum entre as pessoas mais velhas (segundo a OMS).

A nível global, há maior prevalência entre as mulheres (4,4%), comparativamente com os homens (3,6%), e é mais comum entre as mulheres mais velhas, sendo que 7,5% das mulheres entre os 55 e os 74 anos, sofre de depressão.

Esta patologia retira o poder e qualidade de vida de quem a manifesta. 

Tendo origem multifactorial, sabe-se que os distúrbios hormonais, são muito relevantes para esta condição. Sendo que estes distúrbios são, frequentemente, consequentes de hábitos nefastos, ao nível:
  • da Alimentação
  • da Higiene do sono
  • dos Hábitos de exercício físico
  • de Hábitos tabágicos
Algumas condições circunstanciais também podem predispor o organismo à depressão e aos distúrbios hormonais, como:


No Dia Mundial da Saúde, relembramos que a prevenção é sempre o melhor caminho. Disfrutar de saúde plena deve ser um objetivo individual e geral, bem como não encarar a doença como algo “natural”, portanto ‘corramos atrás da saúde’.

A Medicina AntiAging permite "envelhecer" com saúde e qualidade de vida, retardando os sinais e sintomas do envelhecimento.



“A felicidade e a saúde são incompatíveis com a ociosidade.” Aristóteles


A Clínica do Poder pode e quer ajudá-lo a prevenir e tratar esta e outras patologias que lhe retiram a sua energia física, mental, poder cognitivo e sexual – a sua qualidade de vida.