terça-feira, 26 de novembro de 2019

DIA NACIONAL DA ANEMIA - 26 NOVEMBRO

A anemia é uma situação clínica que resulta da diminuição do número de glóbulos vermelhos no sangue ou do conteúdo de hemoglobina no sangue para valores inferiores aos considerados normais

Esta situação é considerada um problema de saúde pública afetando cerca de 25% da população mundial. 

A Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia refere que 20% da população portuguesa apresenta anemia (estudo EMPIRE).

A anemia não é um diagnóstico por si só e a sua causa deve ser sempre identificada. No entanto, por ser uma característica comum a várias doenças, de vários sistemas, é muitas vezes subvalorizada e por isso pouco investigada e tratada.

SINAIS E SINTOMAS QUE PODEM SER INDICADORES DE ANEMIA:
Nas fases iniciais, a anemia tende a passar despercebida, sendo confundida com fadiga.

Nas fases mais avançadas, a fadiga apresenta sintomas como:


Se a anemia evoluir sem tratamento, esta tende a agravar outros problemas de saúde, como a insuficiência cardíaca, por exigir um esforço acrescido ao coração.

CAUSAS MAIS COMUNS DE ANEMIA:
  • Falta de ferro decorrente de: tipo de alimentação, hemorragias, aumento das necessidades de ferro (como na gravidez, fases de crescimento rápido e adolescência);
  • Doenças Crónicas como: o cancro, a infeção pelo VIH/SIDA, a artrite reumatóide, a insuficiência renal, interferem na produção de glóbulos vermelhos. Esta também pode ficar alterada em alguns tipos de infeção ou após a utilização de alguns fármacos.
  • Doenças Intestinais que afetam a absorção de nutrientes também aumentam a probabilidade de desenvolvimento de anemia.
  • A prática de atividade física muito intensa, como a corrida, pode associar-se à anemia pela destruição dos glóbulos vermelhos causada pelo impacto repetido.
  • Algumas formas de anemia podem ser hereditárias, como a anemia de células falciformes.
  • Outros fatores: a menstruação, a gravidez, o alcoolismo e o uso de alguns medicamentos são outros fatores a considerar.


Apesar de a anemia por si, não ser considerada uma doença, leva a consequências desastrosas. 

Para a prevenção da anemia é essencial adotar uma dieta equilibrada e saudável, onde se incluam: carne, peixe, frutos e vegetais de folhagem verde. A Vitamina C também tem um papel importante na absorção do Ferro e pode ser obtida na ingestão de citrinos, kiwis e brócolos.

Nas fases de vida em que ocorre maior necessidade de ferro, como é o caso da gravidez, no período de aleitamento, durante a infância e na adolescência, o aporte alimentar pode não ser suficiente, pelo que o médico pode recomendar a toma de suplementos de ferro.

Em caso de dúvida ou na presença de algumas manifestações das acima referidas, procure o seu médico para que seja realizado um despiste e em caso de presença de anemia, este possa procurar a causa e corrigi-la precocemente.


Referências:
  1. Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia
  2. American Society of Hematology
  3. Mayo Foundation for Medical Education and Research, Março 2013


domingo, 17 de novembro de 2019

DIA MUNDIAL DO NÃO FUMADOR – 17 de Novembro


A presença de substâncias tóxicas, como os metais pesados, no fumo do tabaco, ficam retidas nos tecidos do organismo, e consequentemente alteram a sua funcionalidade acarretando graves patologias e sintomas muito desagradáveis. 


Apesar de ser de conhecimento geral que o hábito tabágico é nocivo para a saúde dos pulmões, quão nefasto é para a sua saúde urológica e sexual? 

Verifique algumas consequências que o hábito tabágico apresenta ao nível urológico e do aparelho reprodutor: 

MUTAÇÃO CELULAR
Além da nicotina, o tabaco contém metais pesados, que levam à mutação das células, no caso do homem, concretamente da próstata (e outras). A ingestão constante de metais pesados cria condições favoráveis ao crescimento da próstata, o que pode levar ao adenoma e ao cancro desta
Na mulher aumenta o risco de cancro da mama e quando em combinação com contraceptivos hormonais este risco é substancialmente acrescido.

DESEQUILÍBRIO HORMONAL
A nicotina e os agentes cancerígenos do fumo do tabaco inibem a função testicular, pelo que a testosterona no sangue diminui e os valores de estrogénios aumentam. Como resultado, ocorre um desequilíbrio hormonal, que afeta negativamente o funcionamento da próstata e leva ao seu crescimento excessivo.
No caso da mulher a função ovárica fica diminuída, a par de alterações da função do Sistema Nervoso Central, podendo ocorrer: diminuição do desejo sexual, amenorreia, ou sangramento e patologia metabólica.

REDUÇÃO DA IMUNIDADE
O tabagismo suprime o sistema imunológico, o que leva a infeções no sistema geniturinário (no homem e na mulher) e ao desenvolvimento de doença como a uretrite e/ou inflamação da próstata – prostatite (no caso do homem) ou cistite e/ou infeção urinária (no caso do homem e da mulher).

DIMINUIÇÃO DO DESEJO SEXUAL E QUALIDADE DAS RELAÇÕES SEXUAIS
A nicotina afeta negativamente o sistema nervoso humano. Não só reduz os níveis de testosterona (no homem) e estrogénios (na mulher) inibindo a libido, como leva a uma diminuição na qualidade das sensações durante a relação sexual, podendo resultar na ejaculação incompleta ou à sua completa ausência (no que se refere ao homem) e dificuldades na lubrificação e obtenção do orgasmo (quando nos referimos à mulher).


Assim, deve sempre ter em mente que um fumador sofre uma acentuada redução da capacidade imunitária, diminuição da função hormonal e do sistema nervoso central, bem como incorre em maior risco de mutações genéticas, estando assim aumentado o risco de cancro e de contrair infeções, e ainda de perda da função sexual.

Larysa Zorkina
Enfermeira


Referências:
  1. Mirra, A.P. et al. Projeto Diretrizes - Evidências Científicas sobre Tabagismo para subsídio ao poder judiciário, Brasília, DF, 2013. 
  2. U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMANS SERVICES. Public Health Service. Office of the Surgeon General. The Health Consequences of Smoking – 50 years of progress. A report of the Surgeon General. Rockville, MD, 2014
  3. Giusti, André Luis; Interferência do tabaco no sistema imunitário - estado atual e perspectivas - revisão da literatura. ConScientiae Saúde. 2007;6(1): 2007, pp. 155-163; ISSN: 1677-1028. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=929/92960118
  4. http://www.arscentro.min-saude.pt/SaudePublica/Literacia/ProjectoConhecerSaude/Paginas/Tabacoesaude.aspx
  5. https://www.e-konomista.pt/efeitos-do-tabaco/

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

EM QUE IDADE OCORRE A IMPOTÊNCIA SEXUAL MASCULINA?


A Disfunção Erétil (DE) é tradicionalmente associada à idade avançada. A ideia de que o envelhecimento no homem leva à impotência sexual é comum. Mas será real? E em que idade?


Muitos estudos têm procurado descrever melhor as características dos homens com DE, confirmando que a idade é um dos principais fatores de risco
Entre os 40-70 anos, cerca de 52% dos homens apresentam DE. Não existe, contudo, uma idade de referência para o início de DE. Por exemplo, concluiu-se que um homem com 40 anos tem 1,8% e outro com 65 anos tem 11,4% de probabilidade de desenvolver DE nos 10 anos seguintes.

Mas isto não significa que o avançar da idade seja fatalmente sinónimo de impotência masculina. A associação da DE com doenças cardiovasculares, depressão, diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidémia, HBP, DPOC e patologias do trato urinário é também amplamente conhecida. Como estas patologias são mais frequentes em homens idosos, naturalmente a idade acarreta maiores taxas de DE. 

Assim sendo, mais importante do que a idade, fator que não podemos controlar, a prevenção da DE dever-se-á focar em combater maus hábitos de vida que, comprovadamente, contribuem para a DE, como: 

  • má saúde mental, 
  • obesidade, 
  • sedentarismo, 
  • hábitos tabágicos 
  • consumo de bebidas alcoólicas.


Se sofre de alterações da ereção consulte-nos!!

Jean Gonçalves
Fisioterapeuta



Referências: 


  1. Goldstein, I., Goren, A., Liebert, R., Tang, W. Y., & Hassan, T. A. (2018). 145 Exploratory cluster analysis of US males 40-70 years old focused on erectile dysfunction and associated risk factors, using National Health and Wellness Survey data. The Journal of Sexual Medicine, 15(7), S190–S191. https://doi.org/10.1016/j.jsxm.2018.04.147
  2. Stranne, J., Malmsten, U. G. H., Areskoug, B., Milsom, I., Molander, U., & Peeker, R. (2019). The rate of deterioration of erectile function increases with age: results from a longitudinal population based survey. Scandinavian Journal of Urology, 0(0), 1–5. https://doi.org/10.1080/21681805.2019.1596154

sábado, 2 de novembro de 2019

DIA MUNDIAL DA VITAMINA D - 2 NOVEMBRO



Nos últimos anos, o papel fisiológico da vitamina D tem sido amplamente estudado. A sua função principal está relacionada com o metabolismo do cálcio, sendo esta uma das hormonas responsáveis pela manutenção dos níveis de cálcio sérico, através da promoção da absorção de cálcio e fósforo a partir do intestino e da reabsorção óssea de cálcio. 

Novas investigações apontam que o papel da vitamina D não se restringe apenas ao metabolismo do fósforo e do cálcio mas também se manifesta em várias outras patologias (diabetes, doenças cardiovasculares, esclerose múltipla, cancro, distúrbios psiquiátricos, doenças neuro-muscular, etc). 

Formas de obtenção 

A vitamina D pode ser obtida através de três tipos de fontes: exposição solar, da dieta e da suplementação. A exposição solar assume-se como a principal fonte de obtenção de vitamina D. A pele é capaz de produzir, após exposição às radiações ultravioletas do tipo B (UVB), vitamina D sob a forma de vitamina D3. Devido a este facto, a vitamina D é vulgarmente designada por vitamina do Sol. Há diversos factores que condicionam a síntese da vitamina D na pele (veja quais no tópico “Porquê a necessidade de otimizar?”).

Para uma produção endógena suficiente de vitamina D a exposição deverá ocorrer durante as horas de maior exposição aos UV (11h-16h; ainda que por períodos que não permitam queimaduras solares) e de forma direta, isto é, sem a utilização de protetor solar ou através de vidros ou filtros.

A partir da dieta também se pode obter vitamina D. No entanto, as quantidades obtidas não

conseguem suprimir as necessidades diárias do indivíduo. 

A maioria dos produtos naturais que possuem vitamina D constituem uma fonte pobre desta substância, contribuindo com menos de 10% para a Dose Diária Recomendada (DDR) de vitamina D. Como fontes naturais mais ricas em vitamina D3 destacam-se os óleos de fígado de peixe sendo o de bacalhau e de atum aqueles que possuem um maior conteúdo neste composto. Para além destes alimentos, podem ser também encontradas quantidades satisfatórias de vitamina D3 em partes comestíveis de peixes que apresentam valores elevados de gordura (sardinha, cavala, atum,…), fígado de mamíferos, ovos e produtos lácteos. No caso da vitamina D2, as maiores fontes desta forma de vitamina D são os cogumelos que podem apresentar um teor entre 30 a 100 μg de vitamina D2 por 100 g de produto.


Metabolismo da Vitamina D

O termo vitamina D abrange um grupo de substâncias. As mais conhecidas são colecalciferol (vitamina D3) e ergocalciferol (vitamina D2). 

A vitamina D3 é sintetizada na pele do homem e de animais a partir de 7 -dehidrocoesterol sob influência dos raios UVB.

As Vitaminas D2 e D3 são biologicamente inertes. Para a sua ativação e transformação na forma ativa de vitamina D, esta sofre 2 processos de transformação química (hidroxilação). Estes processos ocorrem no fígado e no rim. 


Diagnóstico e Prevenção

O método mais adequado para a avaliação do nível de vitamina D é a determinação no sangue do seu metabolito 25-hidroxivitamina D (25(OH)D], que reflete a quantidade total de vitamina D, sintetizada na pele a partir de 7-DHC com radiação UVB e obtida a partir de alimentos e suplementos alimentares.

A deficiência de vitamina D, segundo a opinião da Sociedade Internacional de Endocrinologia, é determinada quando o nível de 25(OH)D no sangue é inferior a 20 ng/ml (50 nmol/l), no entanto existem outros critérios (pode verificar no tópico “O que são níveis óptimos?”).

Atualmente existe um grande número de investigações que sugerem vários efeitos positivos da compensação da deficiência de vitamina D nos pacientes com obesidade e síndrome metabólica, diabetes de tipo I e II, doenças crónicas dos rins, doença de Alzheimer e outras formas de demência mental senil, nos pacientes com doenças hepáticas, com depressão, doença de Parkinson, esclerose múltipla, esquizofrenia, entre outros. Existem ainda estudos que indicam efeitos anticancerígenos da vitamina D. 

Para mais informações sobre a vitamina D consulte O Poder da Vitamina D.


Jean Gonçalves
Fisioterapeuta



Referências:

  1. Silva, J. M. E. (2007). Brief history of rickets and of the discovery of vitamin D. Acta Reumatológica Portuguesa, 32 (3)
  2. Lichtenstein, A. et al. (2013). Vitamina D: ações extraósseas e uso racional. Revista da Associação Médica Brasileira, 59 (5)
  3. Holick, M. F. et al. (2011). Evaluation, Treatment, and Prevention of Vitamin D
  4. Deficiency: an Endocrine Society Clinical Practice Guideline. The Journal of Clinical
  5. Endocrinology & Metabolism, 96 (7)
  6. Alves, M., et al. (2013). Vitamina D – importância da avaliação laboratorial. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, 8 (1)