terça-feira, 20 de março de 2018

FIBROMIALGIA E A VITAMINA D

A fibromialgia (FM) é um distúrbio reumatológico crónico não articular caracterizado por dores musculoesqueléticas sistémicas crónicas com etiologia desconhecida, rigidez matinal, fadiga, distúrbios do sono, múltiplos pontos sensíveis, baixo limiar de dor, sintomas de depressão e ansiedade e problema de motilidade intestinal.

A FM afeta 4-5% da população com 30-60 anos de idade, 85-95% das quais são mulheres. A prevalência de FM em mulheres é 9 vezes maior do que a dos homens.


Vários estudos relataram os efeitos de níveis anormais de neurotransmissores e distúrbios do sistema endócrino e a FM. Por outras palavras, a interação entre fatores neuroendócrinos, metabólicos e imunológicos no desenvolvimento de FM não pode ser ignorada. Além disso, outros fatores como a genética, níveis e produção de serotonina, melatonina, substância P, endorfinas e vitamina D foram demonstrados como responsáveis pela fisiopatologia da doença.

VITAMINA D

A vitamina D é um importante regulador do sistema imunitário que atua como um cofator ativo na incidência de doenças auto-imunes, como esclerose múltipla, arterite reumatóide, diabetes mellitus dependente de insulina e síndrome do intestino irritável.

A vitamina D ativa funciona em cerca de 30 tecidos e órgãos no núcleo da célula e na membrana celular; o sistema musculoesquelético sendo um deles. Portanto, a vitamina D é muito importante para o desenvolvimento normal e função do sistema músculo-esquelético. A deficiência de vitamina D é definida como o nível sérico de 25 hidroxi- vitamina D inferior a 20 ng / ml (50 nmol / ml). Parece que mais de um bilhão de pessoas sofrem de deficiência de vitamina D. Este problema pode levar à fraqueza muscular, carência na mineralização esquelética, risco de fraturas em idosos e dor generalizada do corpo.

Referente à FM o Dr. Michael Holick refere:

“Quando alguém se apresenta num gabinete com sintomas difusos de dor óssea e fraqueza muscular, o clínico não tem, geralmente, consciência de que esses são os sintomas de deficiência de vitamina D e os seus níveis desta vitamina não são testados. Se o fizessem, os médicos iriam descobrir que muitas das pessoas com estes sintomas sofrem de deficiência de vitamina D. Entre 40 e 60% das pessoas que vão à minha clínica após lhes ter isso diagnosticada fibromialgia ou fadiga crónica, ou às quais foi dito que sofre de depressão, têm realmente osteomalacia relacionada com deficiência de vitamina D. Estes pacientes podem ser tratados com sucesso através da suplementação de vitamina D e da exposição à luz solar. (…)

O Dr. Gregory A.Plotnikoff, da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota, relatou em 2003 que, de uma amostra de 150 crianças e adultos, com idades compreendidas entre os 10 e os 65 anos, que entraram numa urgência com queixas não especificas de dores ósseas, 93% tinham deficiência de vitamina D. Estes pacientes receberam inicialmente uma grande variedade de diagnósticos, incluindo doença articular degenerativa, depressão crónica (cujo nome técnico é distimia), síndrome de fadiga crónica, artrite e, claro, fibromialgia. Além disso, receberam também uma vasta gama de tratamentos; mulheres jovens foram mandadas para a casa com AINE (anti-inflamatórios não esteroides, como, por exemplo, o Aleve) de venda livre, enquanto um senhor afro-americano mais velho (de 58 anos) foi enviado para casa com um narcótico, entre muitas outras drogas fortes. Não havia 25-vitamina D nenhuma em cinco pacientes, aos quais foi dito que a dor estava «na sua cabeça».”

CONCLUSÃO

Apesar da falta de consenso sobre a associação entre vitamina D e FM, vários estudos mencionaram a correlação entre a diminuída concentração de vitamina D e dores musculoesqueléticas não específicas, enquanto que outros estudos relataram a associação entre a deficiência de vitamina D e manifestações clínicas de FM. A otimização dos níveis de vit. D em pacientes com FM tem mostrado a redução da perceção da dor em pontos específicos e é hoje uma abordagem importante para prevenção de mutações celulares e outras patologias auto-imunes.

TRATAMENTO VITAMINA D COM ALTAS DOSES


A suplementação com altas doses de vitamina D3, para efeito de tratamento para doenças autoimunes e outras, tem mostrado efeitos benéficos significativos ao redor de todo o mundo. Este tratamento deve ter aplicado com o acompanhamento de um médico especialista nesta terapia especializada. Além disso, nesta terapia é exigida uma alimentação específica que visa nutrir o organismo da melhor forma e não contrariar o tratamento, causando efeitos negativos.

Dra. Inês Silva Pereira
Nutricionista
ines.pereira@clinicadopoder.pt

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