sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

DOENÇAS OU INFEÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

O que são as Infeções Sexualmente Transmissíveis IST) ou Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e o que as torna tão especiais?

IST são infeções transmitidas entre as pessoas durante as relações sexuais, a partir do contacto com a pele, mucosas (vaginal, oral, anal ou uretral) e fluidos corporais, como secreções vaginais ou uretrais, esperma ou sangue da pessoa infetada. 

Neste momento entre os “culpados” pela causa das doenças sexualmente transmissíveis constam pelo menos 22 bactérias, 8 vírus, 3 protozoários, 1 fungo e 2 ectoparasitas.

Segundo os dados da OMS todos os anos, 500 milhões de pessoas adoecem com uma das quatro IST:
  • Clamidíase (por ação da bactéria Chlamydia trachomatis)
  • Gonorreia (por ação da bactéria Neisseria gonorrhoeae)
  • Sífilis (por ação da bactéria Treponema pallidum)
  • Tricomoniase (por ação do protozoário Trichomonas vaginalis)
Há “inimigos” antigos, como a sífilis, doença que muitas pessoas acreditam já não existir, no entanto segundo os dados da OMS, em cada ano surgem cerca de 6 milhões de novos casos desta doença.  

Além das IST “clássicas” existem outras infeções, a princípio não consideradas como tal, incluindo salmonelose, shigelose, campilobacteriose, amebíase, candidíase, giardíase, hepatites (A, B e C), infeção por citomegalovírus, que podem ser transmitidas por via sexual. 

Alguns patogénicos podem ser encontrados nas lesões da superfície da pele da zona genital: Herpes simplex vírus, Haemophilus ducrey e Treponema pallidum.

As doenças sexualmente transmissíveis, como a gonorreia ou sífilis, encontram-se entre as mais antigas doenças humanas conhecidas e até agora não foram vencidas, apesar da existência de terapias eficazes. 

Baixo nível de conhecimento sobre as IST e sobre as medidas de prevenção é uma das razões principais para tal. Estudos realizados em Portugal mostraram que 98% da população estudada considerava o preservativo o único método de prevenção face às IST, mas mesmo assim, 48,4% já tiveram relações sexuais sem proteção e 3,6% afirmaram nunca ter utilizado o preservativo.

As IST colocam em risco a saúde não só da própria pessoa, mas também dos seus parceiros sexuais e da sua descendência. As IST podem ter consequências graves como infertilidade, gravidez ectópica (colocando em risco a vida da mãe, infeções perinatais e congénitas. Por exemplo, a sífilis congénita é, neste momento, a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo mundo.  

A distribuição das DST não é uniforme dentro da sociedade, afetando, cada vez mais, os grupos mais jovens, constituindo assim um problema de dimensão escolar e familiar.
Hoje em dia a vida sexual começa mais cedo, há uma certa banalização do sexo, práticas sexuais cada vez mais variadas e “inovadoras”, em conjunto com falta, quase, total de informação sobre este tipo de infeções.

Não são raros os casos de coinfeção, ou seja presença de mais que uma infeção sexualmente transmissível. Uma pessoa com sífilis ou gonorreia tem maior probabilidade de contrair HIV.

Quais são os sinais de alerta?
Se ocorreu sexo desprotegido e no curto período de tempo apareceu:
prurido ou irritação na pele ou nos órgãos genitais 
manchas, bolhas, erupção cutânea, verrugas nos órgãos sexuais e/ou  zona adjacente
corrimento vaginal, inodoro, com mau cheiro ou cheiro estranho
dor ao urinar ou vontade frequente de urinar
dor durante a relação sexual
dor na parte inferior do abdómen, na zona perianal ou nos testículos.

O que fazer?
Procurar ajuda médica. Só o especialista pode realizar os exames necessários, fazer o diagnóstico preciso e indicar o tratamento adequado.

As infeções bacterianas, fúngicas e parasitárias são facilmente tratáveis. Já não se pode dizer o mesmo sobre as infeções virais, embora existam tratamentos, eles não permitem a cura, apenas levam à diminuição e controlo de manifestação de sintomas assim como a diminuição de carga viral.  

Convém lembrar que algumas DST não apresentam nenhum sintoma, por esta razão seria importante manter uma rotina de acompanhamento médico regular, com a realização dos exames indicados pelo especialista. O ideal seria buscar o atendimento de um médico de confiança, que conheça o seu histórico e perfil e possa fazer o acompanhamento de longo prazo.

Svetlana Agostinho
Mestre em Biologia com especialização em Análises Clínicas

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

9 DICAS PARA EVITAR GANHAR PESO NO NATAL

É típico nesta época intensificarem-se comportamentos de “descontração” e de excessos no que toca ao consumo alimentar. Além de uns quilos a mais, potenciam-se os riscos de paragens digestivas, de aumento de tensão arterial, de problemas cardíacos e de aumento da glicémia; como consequência diminui a energia, a vitalidade geral e até o poder sexual. 
Como ninguém é imune ao “ambiente guloso”, estas dicas podem ajudá-lo(a) a passar esta quadra com menor prejuízo. 

1 PEQUENO ALMOÇO DE REI

Se o jantar for abundante e tardio, regra geral, a vontade de tomar um bom pequeno almoço é pouca, no entanto inicia-se um ciclo de consumo exagerado durante o almoço e o jantar. Por essa razão, é sugerido começar os dias descontraídos com um bom e nutritivo “pequeno almoço”. Este deve incluir hidratos de carbono complexos (por ex. flocos de aveia, quinoa, batata doce, trigo sarraceno), proteína (por ex. 1-2 ovos escalfados), gorduras boas (por ex. abacate/coco) e frutas antioxidantes (por ex.: romãs/framboesas/mirtilos/abacaxi). 



2 NÃO ESQUEÇA OS VERDES

As proporções são a chave para impedir o mal-estar do corpo, o aumento de peso e o risco de desenvolver problemas mais sérios como AVC’s ou enfartes, por exemplo. Nesta época o consumo de carne, charcutaria e doces aumenta, se aumentar o consumo de couves, esparregados, saladas variadas e legumes salteados como acompanhamento, comerá relativamente menos alimentos tóxicos, terá digestões mais leves e como resultado o corpo desintoxicará mais rapidamente dos excessos. 

3 PROCURE PRODUTOS NATURAIS OU POUCO PROCESSADOS

Nesta época ficam ainda mais disponíveis diversos tipos de doçarias, refrigerantes e bebidas alcoólicas, pratos já confecionados, entre outros. Estes possuem doses ainda mais elevadas de açúcar, sal, gordura, conservantes e edulcorantes. Procure ingredientes frescos e aproveite para os confecionar calmamente em família. Opte pelos frutos secos oleaginosos ao natural (sem sal e/ou açúcar) quando pensar em petiscar. Dê preferência às carnes de pasto. Faça os seus doces de natal, preferencialmente utilize metade da dose de açúcar referida na receita – experimente optar por um açúcar mascavado ou de côco, que nutricionalmente são mais interessantes que o açúcar refinado (branco). Se os produtos processados contêm mais do que 4 ingredientes, já têm ingredientes demais! 

4 ABUSE DA CANELA DE CEILÃO

A canela de Ceilão, é uma espécie de canela de melhor qualidade (comparativamente à canela comum ou “canela cássia”) e que pode e deve ser consumida com mais frequência e quantidade. A canela do Ceilão, além de dar um sabor bom às frutas, chás e doçaria, ajuda a reduzir a taxa de glicémia, ou seja, os açúcares no sangue. É muito útil para proteger o corpo de picos elevados de glicémia em diabéticos e não diabéticos aquando do consumo de alimentos ricos em açúcar.

5 PROCURE FUGIR DE FARINHAS REFINADAS

Os doces da época têm principalmente como base farinhas refinadas. Reduzir o consumo de farinhas refinadas de trigo e centeio, que potenciam edema intestinal e aumentam os açúcares, é essencial para passar Dezembro e Janeiro sem precisar alargar o cinto das calças. O consumo diário é o mais preocupante. Além disso poderá optar por comprar as doçarias elaboradas com farinhas integrais ou até confecionar os seus bolos preferidos substituindo algumas farinhas. Por exemplo, substitua as farinhas de trigo por farinha de espelta integral ou farinha de arroz.


6 NÃO BEBA MUITOS LÍQUIDOS À REFEIÇÃO

Preferencialmente deve evitar os refrigerantes (com ou sem açúcar) e as bebidas
alcoólicas, no entanto se beber, faça por não ingerir mais do que 1 copo durante a refeição, o mesmo vale para a água. Tal pode dificultar muito a digestão, aumentando o risco de paragem de digestão e refluxo, sem falar no “catastrófico” peso calórico que se sentirá uns dias depois na balança, pelas gramas de açúcar e/ou álcool excedentes. Se sentir sede opte por tomar chá morno ou como saladas frescas e ricas em água, que incluam: tomate, pepino, talos de aipo e/ou beterraba crua.

7 TOME SUMO DE LIMÃO 

Durante 1 ou 2 semanas, seguidas, tome sumo de 1 limão, com palhinha, em jejum.
O sumo de limão exerce uma ação desintoxicante no fígado e intestino. Torna-se muito útil para prevenir indisposições e refluxo depois das refeições, e previne que os valores de colesterol disparem em menos de um mês.



8 CONSUMA FIBRA TODOS OS DIAS

Que alimentos são ricos em fibra? Flocos de aveia, arroz integral, trigo sarraceno, quinoa, sementes de chia, linhaça, fibra Psyllium entre muito outros. Estes enumerados podem e devem ser consumidos todos os dias com o objetivo de saciar, prevenir picos de açúcar no sangue, o aumento de colesterol, manter a flora intestinal saudável e prevenir fenómenos depressivos. Consuma os alimentos ricos em fibra como acompanhamento ao prato principal, misturados nas doçarias ou em batidos de fruta.

9 MANTENHA O MOVIMENTO

Sim, são dias de maior descontração, mas se tem boas rotinas de exercício físico, sejam no ginásio, a corrida ou a caminhada, mantenha-as. Aproveite os raios de sol que aparecerem e a companhia de familiares para manter o corpo em movimento. O movimento melhora o corpo e mente e ajuda-o a gastar algumas calorias de modo a começar bem o próximo ano.


Estas são as dicas da nutricionista Inês Pereira, que lhe permitem terminar este ano e iniciar o próximo com mais energia e menos quilos extra.