terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

BENEFÍCIOS DA VITAMINA D PARA A MULHER

Além do seu papel “chave” no metabolismo de cálcio e fósforo e a sua influência sobre a densidade mineral do tecido ósseo, hoje em dia sabe-se que a vitamina D é praticamente uma hormona esteróide, que causa uma série de efeitos importantes em vários órgãos e tecidos, que são necessários para garantir um largo espetro de processos fisiológicos e otimização do estado de saúde da pessoa. A mulher, como gênero especialmente regulado por hormonas, sem dúvida que necessita desta regulação para dar mais anos à vida e mais vida aos anos. Em que parâmetros a vitamina D ajuda?

Maior fertilidade

Um estudo realizado em 2010 mostrou que altas doses de vitamina D diminuíram  os níveis de estradiol inflamatório. A dominância em estrogénios, deste tipo, é uma das principais causas de infertilidade e potencia uma série de outros problemas, como por exemplo a endometriose.
A vitamina D também pode aumentar a taxa de fertilidade em 6%. Estudos têm demonstrado que a vitamina D funciona sinergicamente com outras vitaminas. Pode não ser apenas a falta de vitamina D o problema, mas uma deficiência de outros nutrientes também. Logo percebe-se a importância de um estilo alimentar e de vida saudável de forma a obter todos os nutrientes essenciais.


 Previne o cancro da mama

70% das mulheres com cancro da mama são deficientes em vitamina D. Foi mostrado que a vitamina D previne o crescimento das células cancerígenas da mama e diminuiu a expressão genética para esse tipo de cancro.
A Drª JoEllen Welsh, investigadora da Universidade Estadual de Nova York em Albany, estuda os efeitos da vitamina D há 25 anos. Ela acredita que a vitamina D pode ser tão poderosa quanto as drogas anti-cancro mais modernas. “O que acontece é que a vitamina D entra nas células e desencadeia o processo de morte celular. É semelhante ao que vemos quando tratamos células com tamoxifeno, uma droga usada para tratar o cancro da mama ", afirma a investigadora.
Além do cancro da mama, a vitamina D tem mostrado diminuir o risco de vários outros cancros em mulheres pós-menopáusicas.

Ossos mais fortes
Durante a gravidez, a mãe precisa de cálcio tanto para o seu esqueleto como para o bebé. Sem vitamina D, o cálcio não será absorvido nos tecidos duros, como ossos e dentes. Isso pode causar perda óssea e osteopenia grave para a mãe e para a criança. Também foi mostrado que a vitamina D aumenta a absorção de cálcio dos alimentos.
Em 2007, investigadores descobriram que mulheres com défice de vitamina D tiveram 77% mais de probabilidade de sofrer uma fratura de quadril. Quanto a mulheres idosas, a vitamina D tem mostrado aumentar a expetativa de vida em cerca de 6% (2 anos pelo menos).
Articulações frágeis são uma consequência inevitável do envelhecimento. Mas essa condição pode ser corrigida com níveis adequados de vitamina D e estilo de vida adequado.

Suporte imunitário

A vitamina D ajuda a regular as células Natural Killer- NK  (“Assassinos Naturais”) do sistema imunológico. Estes são importantes para procurar e destruir elementos patogénicos.
Esses NK permanecem adormecidas no corpo até que sejam ativadas por sinais específicos para atuar destruindo invasores ou até células disfuncionais ou mutadas. A vitamina D é um dos ingredientes mais importantes para dar estes sinais. A vitamina D desempenha um papel de regulador, capacita a célula para entrar em modo de alerta mas também sinaliza quando é necessário parar a agressão. Se os NK continuam com atividade, isso pode causar danos colaterais e pode contribuir para distúrbios auto-imunes. A maioria dos casos de infertilidade é um nível de perturbação auto-imune.

O QUE ACONTECE SEM A VITAMINA D:

Para a mãe:

  • Infertilidade
  • Pré-eclâmpsia
  • Diabetes gestacional
  • Vaginose bacteriana

Para o bebé:

  • Baixo peso ao nascer
  • Crescimento prejudicado
  • Malformações esqueléticas
  • Convulsões
  • Baixa densidade óssea
  • Diabetes tipo 1 

Para ambos:

  • Perda óssea
  • Fraturas do quadril
  • Resposta imune suprimida
  • Formação de hormonal prejudicada
  • Mau humor e pensamentos agitados
  • Resistência a insulina

Obtenha mais informações no Poder da Vitamina D

Nutrição
ines.pereira@clinicadopoder.pt

Referências:

Li HW1, Brereton RE, Anderson RA, Wallace AM, Ho CK ( 2011) Vitamin D deficiency is common and associated with metabolic risk factors in patients with polycystic ovary syndrome. Metabolism.  Oct;60(10):1475-81. doi: 10.1016/j.metabol.2011.03.002. Epub 2011 May 6.


Joan M. Lappe, Dianne Travers-Gustafson, K. Michael Davies, et al, (2007) Vitamin D and calcium supplementation reduces cancer risk: results of a randomized trial. American Society for Clinical Nutrition vol. 85 no. 6 1586-1591


Lewis S1, Lucas RM, Halliday J, Ponsonby AL. (2010)Vitamin D deficiency and pregnancy: from preconception to birth. Mol Nutr Food Res.  Aug;54(8):1092-102. doi: 10.1002/mnfr.201000044

Swami, S., Raghavachari, N., Muller, U.R. et al. (2003) Breast Cancer Res Treat. 80: 49. doi:10.1023/A:1024487118457

https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminD-HealthProfessional/
https://www.sciencedaily.com/releases/2009/10/091009090431.htm
https://www.sciencedaily.com/releases/2007/09/070920111402.htm
https://www.sciencedaily.com/releases/2011/07/110705211008.htm


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

COMO CRIAR NOVOS HÁBITOS?

Não é fácil criar novos hábitos, nem para nós próprios nem para as pessoas que por alguma razão nos procuram em busca de ajuda. É preciso muita determinação, persistência, apoio positivo, clareza de onde se quer chegar e do propósito de todo este novo investimento.



Os hábitos estão inclusivamente sedimentados nas ligações do nosso cérebro e, tal como um músculo, foram muito bem desenvolvidos ao longo de vários anos. Ainda para mais, muitas vezes estamos motivados a mudar mas os ambientes onde andamos e as pessoas com as quais nos damos, parecem fazer tudo menos facilitar-nos a vida. Por isso é normal que haja recaídas e que o processo não seja feito de um dia para o outro. Se as coisas não correrem bem levante-se e continue em frente. Não desista, principalmente no longo-prazo.

Existem 3 etapas fundamentais que as pesquisas da psicologia comportamental defendem para ajudar a criar novos hábitos. Fique agora a conhecê-las:

Passo 1: Escolha um hábito extremamente fácil de iniciar

Para criar um novo hábito, deve simplificar o seu comportamento, torná-lo pequeno, fácil e quase mesmo a roçar o ridículo. Por exemplo: mastigar 5 vezes cada garfada ou fazer 2 flexões.
No início, não importa preocupar-se com o desempenho e os seus resultados. Poderá atingir numa fase seguinte os níveis de desempenho que deseja, pois é nessa altura que o comportamento se vai tornar mais consistente.

Passo 2: Integre-o na sua rotina

Encontre uma rotina existente que funcione como lembrete para este pequeno comportamento. Por exemplo: digamos que quer adquirir o hábito de fazer 10 flexões por dia durante a pausa de almoço. Pode começar por escolher um “lembrete” baseado no tempo e dizer algo como: "Durante a minha pausa para o almoço, todos os dias, vou fazer 10 flexões." Pode ser ainda mais específico e criar um “lembrete” relacionado com uma ação anterior, muito específica, que aconteça sempre associada ao período de almoço. Por exemplo, "Quando fechar o meu laptop antes de ir almoçar, vou fazer 10 flexões." Neste caso, a ação muito específica de "fechar o laptop" é um “lembrete” perfeito para o que quer fazer de seguida (as 10 flexões). Não restará qualquer dúvida sobre o momento em que o vai fazer. Também é boa ideia colocar lembretes na porta do frigorífico, visto que este é um sítio ao qual recorremos várias vezes durante o dia.

Passo 3: Treinar o ciclo

Concentre-se em integrar o novo pequeno comportamento na sua rotina - todos os dias ou tanto quanto possível. Mantenha o comportamento simples até que se torne um hábito sólido. É importante lembrar que uma mudança duradoura é produto de hábitos diários, não de transformações realizadas uma vez na vida.
A ideia de que, ao formar um novo hábito, não pode falhar um dia ou tudo estará perdido é apenas um mito. Perder uma oportunidade para executar o comportamento não afeta o processo de formação de hábito. Por outras palavras, a construção de melhores hábitos não é um processo de tudo-ou-nada.


Por último, mas não menos importante, não se esqueça de celebrar. É especialmente importante que se recompense de cada vez que praticar o seu novo hábito.

João da Fonseca
Psicologia | Psicoterapia | Bem-Estar e Crescimento Pessoal
joao.dafonseca@clinicadopoder.pt