terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

COMO O QUE COMEMOS INFLUENCIA O QUE PENSAMOS?

A alimentação é um dos fatores que mais influencia a saúde e a duração de vida de qualquer um de nós. E sim, afeta a forma como pensamos e como nos sentimos física e emocionalmente.

CICLO VICIOSO DOS AÇÚCARES

Quando comemos, especialmente alimentos ricos em açúcar, são ativados recetores gustativos da língua. Em seguida, os sinais são enviados para o cérebro e são ativadas as vias de recompensa. É formada uma onda de hormonas/neurotransmissores do prazer de bem-estar, como a dopamina e serotonina.

Serotonina é formada naturalmente no cérebro a partir de triptofano e com alguma ajuda de vitaminas do complexo B. À medida que mais triptofano entra no organismo, mais serotonina é sintetizada no cérebro e o humor tende a melhorar. É ativado o sistema de recompensa cerebral. A sobre ativação deste sistema de recompensa leva a uma série de eventos como:

Perda de controlo alimentar
Sentimentos pessimistas/depressivos
Irritabilidade, ansiedade
Falta de concentração
Falta de energia motora

Quando os valores de açúcar se elevam a sensação momentânea é de prazer, bem-estar. No entanto, poucas horas após o consumo desta “onda de glicose”, o número de neurotransmissores rapidamente entra em “queda livre”, provocando a sensação de falta intensa, sintomas semelhantes a uma toxicodependência. Os alimentos que ativam estes processos neurológicos, tornam-se viciantes, e fornecem um bem-estar apenas momentâneo.
Ou seja, pelo consumo frequente e os picos repentinos de açúcar existentes, surgem sintomas como irritabilidade, confusão mental, fadiga mental e física, ansiedade, depressão. Num curto espaço de tempo pensamentos positivos, racionais e a sensação de energia, transformam-se em “pesadelos reais”, pensamentos emocionais muitas vezes auto destrutivos.

O mais importante é fazer escolhas inteligentes e equilíbrio alimentar em sentido de quantidade e frequência.   

FALTA DE GORDURAS

Algumas carências nutricionais têm-se mostrado significativas no estado cognitivo e no pensamento. Nos últimos anos, os investigadores notaram que o ómega-3, com ácidos gordos poli-insaturados (encontrados em peixes gordos, linhaça, nozes, etc.) afetam as vias de neurotransmissores no cérebro, estando muito associados a depressão.


Vejamos o caso da depressão pós-parto, apesar desta situação patológica ter uma origem complexa, há cada vez mais evidências que apontam para a relação direta com esta condição e os futuros problemas de comportamento e aprendizagem dos bebés, com o consumo reduzido de ómega-3. Este tem um papel essencial no desenvolvimento fetal, cerebral e nervoso do bebé, a mãe automaticamente transfere toda esta gordura essencial para o bebé, e numa situação de falta de consumo, ela própria ficará seriamente carente.

ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO

Estimulantes, como a cafeína, podem exacerbar a depressão, o estado de fadiga cognitiva (e física), estados de ansiedade, etc...O que se costuma fazer para melhorar? Tomar outro café, continuando o ciclo vicioso. O estímulo cognitivo da cafeína é visível, mas atua exacerbando a produção de diferentes neurotransmissores. A sensação de concentração e energia estão presentes durantes algumas horas, mas brevemente darão lugar a sensação de falta, tal e qual o consumo de açúcares.


 Em muitas pessoas, a sensibilidade à dependência é notada por dores de cabeça quando não tomam café ou outros estimulantes como chá preto ou verde. A produção rápida e elevada dos neurotransmissores com ação estimulante obriga a um gasto desequilibrado de vitaminas e oligoelementos essenciais ao cérebro, como vitaminas do complexo B, vitamina E, D, magnésio, selénio, entre outros -nutrientes importantíssimos para o funcionamento normal do pensamento.


Veja o vídeo que partilhamos consigo e deleite-se enquanto aprende! A explicação clara sobre a afeção do funcionamento cerebral pelo açúcar!

Nutrição
ines.pereira@clinicadopoder.pt

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

COMO EVITAR AS LESÕES NA CORRIDA?

Hoje em dia há cada vez mais pessoas à procura de uma melhor qualidade de vida através da prática de alguma atividade física.
As corridas, de rua ou trail, são bem populares em todo o mundo. A modalidade é praticada principalmente por atletas amadores, devido a sua versatilidade de poder ser praticada em diversos tipos de ambientes, terrenos, independentemente do clima e horário, além de não necessitar de material específico muito sofisticado.

Apesar de todos os efeitos benéficos da corrida, tem-se observado uma elevada incidência de lesões no aparelho locomotor, principalmente nos membros inferiores. Essa alta incidência de lesões pode ser explicada pela falta de orientação profissional especializada. Embora correr seja aparentemente fácil, pois é um gesto motor aprendido nos primeiros anos de vida, deve-se ter o conhecimento aprofundado das várias especificidades envolvidas na prática desse desporto.

  
Cerca de 75% das lesões nos corredores são geradas pela sobrecarga decorrente da repetição mecânica excessiva que pode ser determinada pela suscetibilidade genética. Esta é identificável com análise de ADN e por consequência evitável adotando métodos de treino, descanso e recuperação apropriados.
Essas lesões podem ser prevenidas na maior parte com uma boa avaliação funcional e orientação adequada.

As principais lesões na corrida são:

Condromalacia rotuliana: Dor no joelho provocada pelo atrito entre o osso do fémur e a rótula, devido ao desgaste da cartilagem. Há um desvio ou desalinhamento na rótula causada por uma descompensação entre a musculatura anterior e posterior da coxa, o que causa um desequilíbrio dinâmico das estruturas responsáveis pela estabilização da articulação do joelho durante a corrida.

Cãibras musculares: Trata- se de um espasmo (contração involuntária) de um ou mais músculos que, por se manterem-se nesses estado de contração vigorosa, provocam um quadro de dor geralmente muito intensa.

Fascite plantar: Acontece devido a uma inflamação prolongada na fáscia plantar. A fáscia é um tecido que liga o calcâneo com a base dos dedos. Numa primeira fase identificamos por uma dor nos calcanhares ao levantar da cama.

Tendinite de Aquiles: Dor no tendão que liga o calcâneo com a zona inferior do gémeo, provocado por uma inflamação e irritação. A dor aumenta significativamente quando se corre em subidas. Costuma ser provocada por falta de flexibilidade e excesso de treino.

Síndrome da banda iliotibial: É uma inflamação causada pelo atrito da banda iliotibial com a lateral do fémur, e geralmente causa dores na lateral do joelho.
Síndrome do stress do medial tibial: Também conhecido como canelite, é uma inflamação da fáscia que recobre a tíbia e provoca dores na canela.


 As principais causas das lesões acontecem essencialmente pelo aumento exagerado no volume e intensidade dos treinos, correr em pisos muito duros e irregulares, excesso de peso, falta de alongamento e fortalecimento muscular adequado nos membros inferiores, fadiga muscular, falta de repouso entre os treinos, usar ténis muito gastos ou inadequados ao tipo de pisada.

Muitos destes atletas escolhem os seus ténis somente pela aparência, mas depois começam a sentir dor ou desconforto e pensam que isso se deve apenas ao facto de o calçado ser novo, no entanto com o decorrer do tempo essa dor ou desconforto tendem a aumentar. Um bom calçado adequado ao seu tipo de pisada, pode ajudar o atleta a ter um melhor desempenho e também a prevenir lesões.

A prevenção é o fator mais importante para se evitar lesões, deve procurar orientação de um profissional, para a realização de um treino adequado e especializado para cada atleta. Para quem procura um uma resposta mais específica, poderá realizar uma análise ao ADN.
 O ADN Desporto disponibiliza informação detalhada em relação ao potencial desempenho desportivo e capacidade de treino, seleção ótima dos exercícios, estratégias de recuperação, potencial de lesões, e exercícios para o controlo de peso.


O teste é aplicável para o atleta de alto rendimento, bem como para o atleta amador que queira maximizar os seus resultados do seu treino, e alcançar níveis máximos de condicionamento. O perfil testa genes em três categorias que se relacionam com o rendimento desportivo: força e resistência, patologia dos tendões e recuperação.

Henrique Pedroso
Fisioterapeuta
henrique.pedrosol@clinicadopoder.pt