sexta-feira, 6 de julho de 2018

AFINAL AS BEXIGAS DAS MULHERES NÃO SÃO ESTÉREIS

Uma equipa de investigadores fez uma descoberta inédita: as bexigas das mulheres saudáveis afinal contêm bactérias, e que são muito semelhantes às encontradas na vagina.

Esta descoberta efetuada por investigadores da Universidade de Loyola em Chicago, EUA e do Instituto Wellcome Sanger, Reino Unido, põe por terra a crença comum sobre a esterilidade das bexigas das mulheres saudáveis.

Este achado poderá conduzir a melhores exames complementares de diagnóstico e tratamentos para as infeções e outros problemas do trato urinário.


Para chegarem a este achado, os investigadores efetuaram o sequenciamento dos genes de 149 estripes bacterianas de 77 mulheres saudáveis. Foi observado que o microbioma da bexiga era semelhante ao da vagina das mulheres. No entanto, este microbioma era distintamente diferente do encontrado no trato gastrointestinal das mulheres.

O estudo apurou que as bactérias comuns encontradas na bexiga e vagina incluíam os agentes patogénicos Escherichia coli e Streptococcus anginosus, mas também bactérias benéficas como a Lactobacillus crispatus e Lactobacillus iners.


A equipa deste estudo sugere que as bactérias benéficas encontradas tanto na bexiga como na vagina poderão proporcionar proteção contra as infeções do trato urinário.

“Agora que sabemos que a bexiga não é estéril, temos que reavaliar tudo o que pensávamos que sabíamos sobre a bexiga e é isso o que estamos a fazer”, avançou Alan J. Wolfe, microbiólogo da Universidade de Loyola.

Os investigadores consideram que este achado “deverá alterar a forma como encaramos as bactérias do soalho pélvico feminino, permitindo investigação mais aprofundada e proporcionando novas opções de diagnóstico e tratamento das infeções do trato urinário, incontinência urinária de urgência e outras doenças associadas do trato urinário”.

Para mais informações consulte a página https://www.univadis.pt/medical-news#?f0=-1


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quarta-feira, 4 de julho de 2018

ESCLEROSE MÚLTIPLA E O TRATAMENTO COM VITAMINA D

A esclerose múltipla (EM) é uma disfunção do sistema nervoso caracterizada por uma auto-lesão da mielina - substância rica em ácidos gordos e proteínas que formam as camadas em torno das fibras nervosas, agindo como isolante. Afeta principalmente o cérebro e a medula espinhal. A auto-lesão é mediada por um ação imunitária - células T autorreativas que iniciam uma reação inflamatória e de lise/destruição da mielina.


Sabe-se atualmente que, além dos fatores ambientais, o estilo de vida e hábitos alimentares têm um contributo mais do que significativo para o aparecimento de patologias autoimunes inflamatórias.
A ação desmielinizante condiciona a condução dos impulsos nervosos e consequentemente leva ao aparecimento dos sintomas neurais e físicos típicos da esclerose múltipla. As manifestações mais comuns são:

• Fadiga (fraqueza ou cansaço);
• Sensitivas: parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigémeo (dor forte na face semelhante a dores dentárias);
• Visuais: neurite ótica (perda visual, visão baça), diplopia (visão dupla);
• Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar;
• Ataxia (falta de coordenação dos movimentos): tonturas e desequilíbrio;
• Esfincterianas: dificuldade de controlo da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino;
• Espasticidade (rigidez muscular);
• Cognitivos: problemas de fala e memória ou alterações do humor.


Nos últimos anos, estudos perceberam que a suplementação de vitamina D ajuda a controlar esses sintomas. Além disso, a pesquisa demonstrou que níveis reduzidos de vitamina D estão relacionados à redução da qualidade de vida (QV). Devido a essas descobertas, os investigadores realizaram recentemente estudos para determinar os efeitos da suplementação de vitamina D em altas doses na qualidade de vida entre pacientes com EM.

Um estudo incluiu 94 pacientes com esclerose múltipla recorrente-remitente. Os investigadores dividiram aleatoriamente os pacientes em dois grupos: um grupo recebeu 50.000 UI de vitamina D3 a cada cinco dias durante três meses, e o outro grupo recebeu um placebo a cada cinco dias durante três meses. Neste estudo todos os pacientes continuaram o seu tratamento com interferon-β, em ambos os grupos.

Os investigadores avaliaram a QV com um questionário auto-relatado chamado Esclerose Múltipla QOL-54 (MSQOL-54). O questionário envolve tanto componentes genéricos associados à qualidade de vida quanto problemas específicos da EM. O MSQOL-54 produz um score de saúde física e um score de saúde mental, com uma pontuação mais alta indicando maior QV. Os investigadores usaram o MSQOL-54 antes e depois do tratamento para avaliar se a vitamina D e/ou o placebo reduziam os scores de saúde física ou mental.

A Escala Expandida de Estado de Incapacidade (Expanded Disability Status Scale - EDSS) foi usada para quantificar incapacidade entre os pacientes com esclerose múltipla com scores de incapacidades mais graves.

Idealmente, um estudo controlado randomizado consiste num grupo experimental (ou seja, vitamina D) e num grupo controlo (ou seja, placebo) com praticamente as mesmas características, como sexo, idade, escolaridade, status socioeconómico, IMC, características da doença, etc. estudo, os investigadores descobriram que todas as características, exceto uma, eram as mesmas na linha de base; os scores EDSS foram significativamente menores para os pacientes no grupo da vitamina D em comparação com o grupo placebo (valor de p = 0,033). Portanto, os investigadores ajustaram os resultados para compensar essa diferença.

Os investigadores determinaram os efeitos da suplementação de vitamina D na QV. Seguem-se os resultados encontrados:

• No início, os níveis médios de vitamina D foram de 28,22 ng / ml e 39,54 ng / ml no grupo de vitamina D e no grupo de placebo, respetivamente (valor de p = 0,412).
• O grupo vitamina D aumentou significativamente os níveis médios de vitamina D para 84,53 ng/ml após três meses de suplementação de vitamina D (valor de p = 0,034). Considerando que, o grupo placebo permaneceu com um estado médio de vitamina D de 28,61 ng/ml (valor de p = 0,765).
• Após três meses de tratamento, o grupo da vitamina D teve scores significativamente mais elevados do que o grupo placebo em todas as categorias de QV: física, mental, satisfação sexual e mudança de saúde (p <0,001).

Os investigadores concluíram que “A QV mental melhorou significativamente depois da suplementação de vitamina D em altas doses por 3 meses no grupo da vitamina D em relação ao placebo. Além disso, uma mudança positiva no estado de saúde foi relatada por pacientes que receberam altas doses de vitamina D em relação ao placebo”.

Os investigadores apontaram que, no início do estudo, nenhum dos pacientes com EM era considerado deficiente em vitamina D pela maioria dos padrões. No entanto, os benefícios obtidos com a obtenção de níveis mais altos de vitamina D, muito acima do valor padrão para a suficiência de vitamina D de 20 ng/ml, reforçam a recomendação de manter níveis de vitamina D entre 40-80 ng/ml.

Os participantes do estudo no grupo da vitamina D alcançaram níveis de vitamina D excecionalmente altos em comparação com a maioria dos testes de vitamina D. Apesar destes altos níveis (excedendo até mesmo a faixa recomendada de suplementos de Vitamina D), os investigadores declararam que “altas doses de vitamina D eram seguras para os pacientes e os pacientes mostraram boa adesão”. Porém, é importante notar que o estudo incluiu apenas pacientes com EM.

A suplementação com altas doses de vitamina D3, para efeito de tratamento para doenças autoimunes e outras, tem mostrado efeitos benéficos significativos ao redor de todo o mundo. Este tratamento deve ser aplicado com o acompanhamento de um médico especialista nesta terapia especializada. Além disso, nesta terapia é exigida uma alimentação específica que visa nutrir o organismo da melhor forma e não contrariar o tratamento, causando efeitos negativos.

Dra. Inês Silva Pereira
Nutricionista
ines.pereira@clinicadopoder.pt

Para mais informações consulte Poder da Vitamina D.

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Referências técnicas e científicas:

  • Ashtari, F. et al. High dose Vitamin D intake and quality of life in relapsing-remitting multiple sclerosis: a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Neurological Research, 2016.
  • O’Connell K et al. Dose-related effects of vitamin D on immune responses in patients with clinically isolated syndrome and healthy control participants: study protocol for an exploratory randomized double- blind placebo-controlled trial. BioMed Central, 2013. 
  • Tovey, A. & Cannell, JJ. High dose vitamin D supplementation improves quality of life among patients with MS. The Vitamin D Council Blog & Newsletter, 2016.