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5 CARACTERÍSTICAS POSITIVAS QUE MELHORAM A SUA SAÚDE

O nosso mundo emocional tem um PODER tal que é capaz de determinar a nossa saúde mental mas também o nosso bem-estar físico.
Se por um lado o impacto que as emoções têm sobre a saúde tem sido estudado exaustivamente, por outro lado estes estudos tem estado mais centrados no aspecto negativo e na forma como emoções como a raiva, a ansiedade e a depressão, acabam por ser prejudiciais para a nossa saúde mental.

A psicologia positiva tem tentado reverter esta tendência demonstrando a relevância que as características positivas como o otimismo, a vitalidade, o propósito e a satisfação com a vida, oferecem à qualidade e à maneira como as pessoas se adaptam às inevitáveis mudanças que a vida traz.

Nesse sentido, foram identificadas 5 emoções positivas com a capacidade de melhorar a saúde e prevenir doenças.

O OTIMISMO protege o seu coração

O otimismo não passa só por ter uma visão positiva do futuro, aliás, ele engloba em si mesmo um mecanismo de adaptação que ajuda os indivíduos a subsistirem nos desafios da vida por manterem a forte convicção de que as coisas vão acabar por correr bem.


Muitos dos estudos sugerem-nos que as pessoas com personalidades otimistas têm menos riscos de contraírem doenças cardiovasculares. Foi inclusivamente descoberto a possibilidade de se prever o risco de mortalidade por problemas cardíacos através de um estudo sobre o uso da linguagem em comunidades do Twitter, mais especificamente, identificou-se que as pessoas que utilizavam palavras associadas ao otimismo como “superar”, “força” e “fé”, tinham menos risco de contrair acidentes do género.

Experiências de DESLUMBRAMENTO reduzem marcadores inflamatórios associados a doenças autoimunes

Caminhar no meio de uma paisagem bela e natural, escutar música clássica ou participar num ritual religioso ou espiritual são algumas das experiências na vida que mais nos fazem sentir vivos e alegres. Muitas investigações têm provado que a arte, a religião e a filosofia são as experiências comuns que mais nos despertam sensações de deslumbramento – a sensação de admiração e conexão com algo maior do que nós próprios.


O deslumbramento não só nos faz sentir bem como é capaz de, segundo um estudo da Universidade de Berkeley na Califórnia, diminuir os marcadores inflamatórios (citocinas) que podem levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes e de outros problemas de saúde como os cardiovasculares, o Alzheimer e a depressão.

Segundo a autora do estudo já referido, “Os nossos corpos são de certa maneira desenhados para amar, pois quanto mais amamos, mais saudáveis ficamos”. 

A GRATIDÃO poderá beneficiar o seu coração e sistema imunitário

Esperamos que as pessoas não vejam os passeios no parque ou ao museu como um simples capricho, mas sim como um comportamento promotor de experiências de deslumbramento que melhoram a saúde.

A COMPAIXÃO e o CUIDADO para com outros podem melhorar a função do nervo vago
A Compaixão - uma preocupação amorosa com o bem-estar dos outros – pode fazer-nos sentir positivos com nós mesmos e com os outros.

A meditação budista lovingkindness meditation (LKM), que envolve uma meditação de amor e compaixão para nós mesmos e depois progressivamente para os outros seres do planeta, foi alvo de estudos onde se obtiveram resultados interessantes. Foi descoberto que esta prática produzia melhoras na função do nervo vago, um nervo que vai do cérebro até ao coração e que ajuda na regulação de emoções e sistemas do corpo como o cardiovascular e o digestivo.

Tal como o otimismo, a atitude de gratidão – apreciação e sentimento de agradecimento pelas oferendas que temos em vida – carrega benefícios significativos ao nível mental e físico. Tem efeitos ao nível do sistema imunitário, na melhoria do sono, diminuição dos níveis de stresse e da depressão.
A AUTO-COMPAIXÃO promove comportamentos saudáveis.

As pessoas que cultivam a bondade para si mesmos são também mais gentis e atenciosas com os seus corpos, o que as torna mais capazes de se prevenirem ou enfrentarem os efeitos negativos sobre a saúde física e mental.

Em 2013 foi publicado um estudo que examinou a relação entre a auto-compaixão, as respostas à doença e um conjunto de comportamentos de saúde, descobrindo que a partir do aparecimento dos sintomas as pessoas auto-compassivas procuravam atenção médica mais cedo do que aquelas que não eram auto-compassivas. Apresentavam também menos tendência para a depressão relativa a problemas de saúde e uma maior atitude proativa perante a sua saúde.

Nas palavras do cientista responsável pelo estudo, “É normal sentirmos a dor de um evento negativo, mas depois de reconhecermos essa dor, é importante reerguermo-nos e tentar novamente – lembrando-nos que os falhanços, as doenças e as más relações não são um veredicto sobre o nosso valor como pessoas, mas apenas mais um obstáculo para ultrapassarmos”.

Adaptado por João da Fonseca da Penn University
Mestre João da Fonseca
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta
joao.dafonseca@clinicadopoder.pt

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