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BENEFÍCIOS DA VITAMINA D PARA A MULHER

Além do seu papel “chave” no metabolismo de cálcio e fósforo e a sua influência sobre a densidade mineral do tecido ósseo, hoje em dia sabe-se que a vitamina D é praticamente uma hormona esteróide, que causa uma série de efeitos importantes em vários órgãos e tecidos, que são necessários para garantir um largo espetro de processos fisiológicos e otimização do estado de saúde da pessoa. A mulher, como gênero especialmente regulado por hormonas, sem dúvida que necessita desta regulação para dar mais anos à vida e mais vida aos anos. Em que parâmetros a vitamina D ajuda?

Maior fertilidade

Um estudo realizado em 2010 mostrou que altas doses de vitamina D diminuíram  os níveis de estradiol inflamatório. A dominância em estrogénios, deste tipo, é uma das principais causas de infertilidade e potencia uma série de outros problemas, como por exemplo a endometriose.
A vitamina D também pode aumentar a taxa de fertilidade em 6%. Estudos têm demonstrado que a vitamina D funciona sinergicamente com outras vitaminas. Pode não ser apenas a falta de vitamina D o problema, mas uma deficiência de outros nutrientes também. Logo percebe-se a importância de um estilo alimentar e de vida saudável de forma a obter todos os nutrientes essenciais.


 Previne o cancro da mama

70% das mulheres com cancro da mama são deficientes em vitamina D. Foi mostrado que a vitamina D previne o crescimento das células cancerígenas da mama e diminuiu a expressão genética para esse tipo de cancro.
A Drª JoEllen Welsh, investigadora da Universidade Estadual de Nova York em Albany, estuda os efeitos da vitamina D há 25 anos. Ela acredita que a vitamina D pode ser tão poderosa quanto as drogas anti-cancro mais modernas. “O que acontece é que a vitamina D entra nas células e desencadeia o processo de morte celular. É semelhante ao que vemos quando tratamos células com tamoxifeno, uma droga usada para tratar o cancro da mama ", afirma a investigadora.
Além do cancro da mama, a vitamina D tem mostrado diminuir o risco de vários outros cancros em mulheres pós-menopáusicas.

Ossos mais fortes
Durante a gravidez, a mãe precisa de cálcio tanto para o seu esqueleto como para o bebé. Sem vitamina D, o cálcio não será absorvido nos tecidos duros, como ossos e dentes. Isso pode causar perda óssea e osteopenia grave para a mãe e para a criança. Também foi mostrado que a vitamina D aumenta a absorção de cálcio dos alimentos.
Em 2007, investigadores descobriram que mulheres com défice de vitamina D tiveram 77% mais de probabilidade de sofrer uma fratura de quadril. Quanto a mulheres idosas, a vitamina D tem mostrado aumentar a expetativa de vida em cerca de 6% (2 anos pelo menos).
Articulações frágeis são uma consequência inevitável do envelhecimento. Mas essa condição pode ser corrigida com níveis adequados de vitamina D e estilo de vida adequado.

Suporte imunitário

A vitamina D ajuda a regular as células Natural Killer- NK  (“Assassinos Naturais”) do sistema imunológico. Estes são importantes para procurar e destruir elementos patogénicos.
Esses NK permanecem adormecidas no corpo até que sejam ativadas por sinais específicos para atuar destruindo invasores ou até células disfuncionais ou mutadas. A vitamina D é um dos ingredientes mais importantes para dar estes sinais. A vitamina D desempenha um papel de regulador, capacita a célula para entrar em modo de alerta mas também sinaliza quando é necessário parar a agressão. Se os NK continuam com atividade, isso pode causar danos colaterais e pode contribuir para distúrbios auto-imunes. A maioria dos casos de infertilidade é um nível de perturbação auto-imune.

O QUE ACONTECE SEM A VITAMINA D:

Para a mãe:

  • Infertilidade
  • Pré-eclâmpsia
  • Diabetes gestacional
  • Vaginose bacteriana

Para o bebé:

  • Baixo peso ao nascer
  • Crescimento prejudicado
  • Malformações esqueléticas
  • Convulsões
  • Baixa densidade óssea
  • Diabetes tipo 1 

Para ambos:

  • Perda óssea
  • Fraturas do quadril
  • Resposta imune suprimida
  • Formação de hormonal prejudicada
  • Mau humor e pensamentos agitados
  • Resistência a insulina

Obtenha mais informações no Poder da Vitamina D

Nutrição
ines.pereira@clinicadopoder.pt

Referências:

Li HW1, Brereton RE, Anderson RA, Wallace AM, Ho CK ( 2011) Vitamin D deficiency is common and associated with metabolic risk factors in patients with polycystic ovary syndrome. Metabolism.  Oct;60(10):1475-81. doi: 10.1016/j.metabol.2011.03.002. Epub 2011 May 6.


Joan M. Lappe, Dianne Travers-Gustafson, K. Michael Davies, et al, (2007) Vitamin D and calcium supplementation reduces cancer risk: results of a randomized trial. American Society for Clinical Nutrition vol. 85 no. 6 1586-1591


Lewis S1, Lucas RM, Halliday J, Ponsonby AL. (2010)Vitamin D deficiency and pregnancy: from preconception to birth. Mol Nutr Food Res.  Aug;54(8):1092-102. doi: 10.1002/mnfr.201000044

Swami, S., Raghavachari, N., Muller, U.R. et al. (2003) Breast Cancer Res Treat. 80: 49. doi:10.1023/A:1024487118457

https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminD-HealthProfessional/
https://www.sciencedaily.com/releases/2009/10/091009090431.htm
https://www.sciencedaily.com/releases/2007/09/070920111402.htm
https://www.sciencedaily.com/releases/2011/07/110705211008.htm


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