Estudos epidemiológicos continuam a apoiar que o consumo diário de crucíferas pode reduzir o risco de vários tipos de neoplasias malignas, apresentando um efeito significativo no que toca a inflamação e cancro prostático.
As crucíferas (Brassicaceae ou Cruciferae) são vegetais ricos em enxofre e incluem por exemplo os brócolos, couve-flor, repolho, bok choy, nabo, rabanetes, couve-bruxelas, rúcula, rábano, agrião, wasabi, etc.
As suas capacidades terapêuticas verificam-se devido à presença de vários dos seus componentes ativos - GLUCOSINOLATOS e os seus produtos de hidrólise, que incluem indoís e ISOTIOCIANATOS.
Os BRÓCOLOS são das fontes com níveis mais elevados de sulfurafanos (um tipo de isotiocianato), indol-3-carbinol e o ácido glucárico. Estes têm mostrado ser agentes antitumorais, anti-inflamatórios, antineoplásicos e antioxidantes, além dos últimos dois terem uma capacidade moduladora hormonal de excelência.
Adicionalmente possuem, ainda, uma alta concentração de carotenóides, tais como aluteína e a zeaxantina, com os seus efeitos neutralizadores de agente cancerígenos ambientais associados ao cancro de próstata.
O INDOLE-3-CARBINOL é um fitonutriente sulforoso, no organismo converte-se em diindolymethane (DIM). Além da forte ação anticarcinogénica a nível do cancro de próstata também atua em cancro de mama e ovário. Potencia a inibição da conhecida 16-alfa hidroxi-estrona, um tipo de estrogénio que causa danos no ADN e inibe a apoptose (morte celular programada) das células cancerígenas. O indole-3-carbinol aumenta a concentração de 2-hidroxiestrona, e portanto diminui a possibilidade de aparecimento de tumores em órgãos hormonais no homem e na mulher. O seu efeito no homem deve-se especialmente à capacidade de bloquear uma aflatoxina que promove o cancro de próstata, tornando-se por isso muito importante em toda a saúde do homem.
O BENZILISOTIOCIANATO é também um dos cerca de 120 de isotiocianatos que tem mostrado ação antitumoral prostática atuando como agente antioxidante e indutor de autofagia e apoptose (morte celular programa).
Os isotiocianatos também são potentes indutores de enzimas de fase II hepática, que estão envolvidos em agentes de desintoxicação de carcinogénios endógenos e exógenos.
Demonstrou-se ainda que a ingestão de crucíferas efetivamente aumenta a excreção urinária de possíveis agentes cancerígenos, como as aminas heterocíclicas encontradas na carne cozida a temperaturas elevadas. Atuando diretamente como elemento preventivos a patologias diversas, nomeadamente do foro gastro-intestinal.
Numa sociedade em que a intoxicação endógena e exógena é constante o consumo diário de elementos de prevenção é a chave para manter a saúde e diminuir as queixas já presentes.
Drª Inês Silva Pereira
Nutricionista da Clínica do Poder
ines.pereira@clinicadopoder.pt
Referências técnicas e científicas:
Amjad, A. Et alii. (2015) Broccoli-Derived Sulforaphane and Chemoprevention of Prostate Cancer: From Bench to Bedside. Curr Pharmacol Rep. 2015 November 1; 1(6): 382–390.
Higdon, J., Delage, B., Williams, D., Dashwood, R. (2007) Cruciferous vegetables and human cancer risk: epidemiologic evidence and mechanistic basis. Pharmacol Res Mar;55(3):224-36.
Lin, J.-F., Tsai, T.-F., Yang, S.-C., Lin, Y.-C., Chen, H.-E., Chou, K.-Y., & Hwang, T. I.-S. (2017). Benzyl isothiocyanate induces reactive oxygen species-initiated autophagy and apoptosis in human prostate cancer cells. Oncotarget, 8(12), 20220–20234.
Myzak, M., Dashwood, R., (2006) Chemoprotection by sulforaphane: keep one eye beyond keap1.Cancer Letters, 233 (2), pp. 208-218
Yang, G., Gao, Y.-T., Shu, X.-O., Cai, Q., Li, G.-L., Li, H.-L., … Zheng, W. (2010). Isothiocyanate exposure, glutathione S-transferase polymorphisms, and colorectal cancer risk. The American Journal of Clinical Nutrition, 91(3), 704–711.
As crucíferas (Brassicaceae ou Cruciferae) são vegetais ricos em enxofre e incluem por exemplo os brócolos, couve-flor, repolho, bok choy, nabo, rabanetes, couve-bruxelas, rúcula, rábano, agrião, wasabi, etc.
As suas capacidades terapêuticas verificam-se devido à presença de vários dos seus componentes ativos - GLUCOSINOLATOS e os seus produtos de hidrólise, que incluem indoís e ISOTIOCIANATOS.
Os BRÓCOLOS são das fontes com níveis mais elevados de sulfurafanos (um tipo de isotiocianato), indol-3-carbinol e o ácido glucárico. Estes têm mostrado ser agentes antitumorais, anti-inflamatórios, antineoplásicos e antioxidantes, além dos últimos dois terem uma capacidade moduladora hormonal de excelência.
Adicionalmente possuem, ainda, uma alta concentração de carotenóides, tais como aluteína e a zeaxantina, com os seus efeitos neutralizadores de agente cancerígenos ambientais associados ao cancro de próstata.
O INDOLE-3-CARBINOL é um fitonutriente sulforoso, no organismo converte-se em diindolymethane (DIM). Além da forte ação anticarcinogénica a nível do cancro de próstata também atua em cancro de mama e ovário. Potencia a inibição da conhecida 16-alfa hidroxi-estrona, um tipo de estrogénio que causa danos no ADN e inibe a apoptose (morte celular programada) das células cancerígenas. O indole-3-carbinol aumenta a concentração de 2-hidroxiestrona, e portanto diminui a possibilidade de aparecimento de tumores em órgãos hormonais no homem e na mulher. O seu efeito no homem deve-se especialmente à capacidade de bloquear uma aflatoxina que promove o cancro de próstata, tornando-se por isso muito importante em toda a saúde do homem.
O BENZILISOTIOCIANATO é também um dos cerca de 120 de isotiocianatos que tem mostrado ação antitumoral prostática atuando como agente antioxidante e indutor de autofagia e apoptose (morte celular programa).
Os isotiocianatos também são potentes indutores de enzimas de fase II hepática, que estão envolvidos em agentes de desintoxicação de carcinogénios endógenos e exógenos.
Demonstrou-se ainda que a ingestão de crucíferas efetivamente aumenta a excreção urinária de possíveis agentes cancerígenos, como as aminas heterocíclicas encontradas na carne cozida a temperaturas elevadas. Atuando diretamente como elemento preventivos a patologias diversas, nomeadamente do foro gastro-intestinal.
Numa sociedade em que a intoxicação endógena e exógena é constante o consumo diário de elementos de prevenção é a chave para manter a saúde e diminuir as queixas já presentes.
Drª Inês Silva Pereira
Nutricionista da Clínica do Poder
ines.pereira@clinicadopoder.pt
Referências técnicas e científicas:
Amjad, A. Et alii. (2015) Broccoli-Derived Sulforaphane and Chemoprevention of Prostate Cancer: From Bench to Bedside. Curr Pharmacol Rep. 2015 November 1; 1(6): 382–390.
Higdon, J., Delage, B., Williams, D., Dashwood, R. (2007) Cruciferous vegetables and human cancer risk: epidemiologic evidence and mechanistic basis. Pharmacol Res Mar;55(3):224-36.
Lin, J.-F., Tsai, T.-F., Yang, S.-C., Lin, Y.-C., Chen, H.-E., Chou, K.-Y., & Hwang, T. I.-S. (2017). Benzyl isothiocyanate induces reactive oxygen species-initiated autophagy and apoptosis in human prostate cancer cells. Oncotarget, 8(12), 20220–20234.
Myzak, M., Dashwood, R., (2006) Chemoprotection by sulforaphane: keep one eye beyond keap1.Cancer Letters, 233 (2), pp. 208-218
Yang, G., Gao, Y.-T., Shu, X.-O., Cai, Q., Li, G.-L., Li, H.-L., … Zheng, W. (2010). Isothiocyanate exposure, glutathione S-transferase polymorphisms, and colorectal cancer risk. The American Journal of Clinical Nutrition, 91(3), 704–711.
Comentários
Enviar um comentário