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O OUTRO LADO DA EJACULAÇÃO PRECOCE

A ejaculação precoce é um problema que afeta um grande número de homens. No entanto, a maioria destes não quer falar sobre a situação, muitas vezes, nem com o seu médico ou par.
Embora a ejaculação precoce seja considerada uma disfunção sexual masculina, tem impacto sobre as mulheres que fazem parte da vida desses homens. 

Qual o impacto da ejaculação precoce nas mulheres?

1) Sentir vergonha ou frustração

Algumas mulheres podem reagir à ejaculação precoce (ou prematura) do parceiro sentindo-se envergonhada ou frustrada. Uma mulher cujo parceiro sexual consegue chegar ao orgasmo num período de tempo muito curto pode fazer com que a mulher se sinta confusa, como se ela tivesse feito algo “errado”.
Se ocorre com frequência, a frustração tende a crescer e a mulher sente cada vez mais a necessidade de períodos de penetração mais longos. Assim como o homem que sofre com a condição pode sentir-se frustrado com a dificuldade de controlar o seu orgasmo, a mulher pode sentir a mesma frustração.


2) Sentir-se negligenciada (sem importância)

Num estudo  realizado em maio de 2014, investigadores da Universidade de Zurique descobriram que as parceiras de homens que sofrem de Ejaculação Precoce eram propensas a sentir-se negligenciadas – não por causa da ejaculação precoce propriamente dita, mas pelo sentimento de desconexão que sentiam com os seus parceiros, que estavam focados em controlar os seus orgasmos.
Se um homem com Ejaculação Precoce tem que utilizar toda a sua concentração para evitar o orgasmo e a sua preocupação é com o próprio orgasmo iminente (e “lutar contra isso”) pode fazer a mulher sentir-se como se ela não fosse importante e que as suas necessidades sexuais estão a ser negligenciadas.
Na verdade, é o que acontece, ainda que não propositado, uma vez que é difícil para um homem concentrar-se no que a sua parceira precisa no momento em que todo o seu foco é necessário para não ter um orgasmo tão cedo.


3) Ressentimento 

A frustração que advém de ter um parceiro com Ejaculação Precoce pode tornar-se em ressentimento. Se uma mulher sente que o seu parceiro não está de satisfazer as suas necessidades – ou, pior ainda, acredita que a está a privar da sua satisfação sexual, ela pode tornar-se rancorosa – pode fazer com que esta fique chateada e começar a sentir raiva do seu parceiro, ainda que este gostasse de ter mais controlo sobre o seu orgasmo e efetivamente queira deixá-la feliz com o seu desempenho sexual.
Este ressentimento pode ser a origem de problemas fora do quarto no relacionamento se os sentimentos e as causas não forem abordadas.


4) Pode desenvolver disfunção sexual 

Ter um parceiro que apresenta uma disfunção sexual como Ejaculação Precoce pode eventualmente levar a mulher, por sua vez, a desenvolver uma disfunção sexual. De acordo com um estudo  realizado em 2011, publicado no Journal of Sexual Medicine, as mulheres cujos parceiros têm Ejaculação Precoce relatam sofrer perda de satisfação sexual e líbido, bem como ter problemas relacionados com o seu próprio orgasmo.
Assim, enquanto os homens têm dificuldade com orgasmos precoces, as mulheres podem ter dificuldade em atingir o orgasmo. Num relacionamento, quando uma pessoa está a sofrer, a outra também sente a dor, isto é válido para qualquer tipo de problema, como para a ejaculação precoce.


A ejaculação precoce é tratável e os parceiros podem e devem fazer parte do processo!


As mulheres, mesmo que se sintam frustradas, confusas e/ou negligenciadas devido à Ejaculação Precoce do seu parceiro podem e devem participar ativamente no tratamento deste. O mesmo pode ajudar não só na cura da Ejaculação Precoce, como melhorar o vínculo de relacionamento sexual, e interpessoal, que a disfunção possa estar a criar. 



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Referências:

- Burri A, Giuliano F, McMahon C, and Porst H.; Female partner's perception of premature ejaculation and its impact on relationship breakups, relationship quality, and sexual satisfaction;  J Sex Med 2014;11:2243‐2255.

 - Graziottin A and Althof S.; What does premature ejaculation mean to the man, the woman, and the couple?; J Sex Med 2011;8:304–309.

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