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INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO

A incontinência urinária (IU) na gravidez é uma situação comum que afeta cerca de 67% das gestantes e que se manifesta com perdas involuntárias de urina.

Pode ser classificada conforme os sintomas apresentados em três principais tipos: incontinência urinária de esforço, incontinência urinária de urgência e incontinência urinária mista.


Esta condição possui uma alta prevalência, constituindo assim, um problema de saúde pública, pois, as suas repercussões podem atingir negativamente a qualidade de vida destas mulheres, seja pelo impacto físico, emocional, social e sexual. Apesar de ser uma condição bastante comum nas mulheres grávidas, poucas procuram ajuda para solucionar o problema, devido à carência de informação sobre possíveis tratamentos e por acreditarem ser um processo natural. 

A mulher durante a gestação sofre várias modificações fisiológicas no seu organismo, como: alterações do sistema hormonal, músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, tegumentar, gastrointestinal, entre outras. Alterações importantes podem surgir principalmente no sistema genito-urinário, desencadeando incontinência urinária e disfunções sexuais.


As principais causas da IU na gravidez e no pós parto podem estar relacionadas a fatores neonatais, como: elevado peso do neonato, grande perímetro cefálico, idade gestacional no parto; ou a outros fatores, como: longo trabalho de parto, uso de fórceps, parto traumático, episiotomia, lacerações do períneo, idade materna acima de 35 anos, multiparidade, tabagismo, entre outros que levam ao enfraquecimento dos músculos do pavimento pélvico.

O pavimento pélvico é um conjunto de tecidos musculares com a função de sustentar os órgãos pélvicos e realizar a manutenção das continências urinária e fecal, além de permitir as relações sexuais e o parto. O estiramento (distensão) destes músculos durante o parto vaginal é muito grande. Em muitos casos, não é identificada nenhuma lesão, pois as hormonas da gravidez auxiliam nesse processo, porém, num grande número de mulheres é possível identificar traumatismos que acarretam alterações morfológicas.


Mulheres que desenvolveram IU durante o período gestacional têm maior probabilidade de desenvolver a IU no pós-parto do que aquelas que não apresentaram nenhum sintoma urinário durante a gravidez. As mulheres submetidas ao parto vaginal podem evoluir para um quadro de incontinência urinária por esforço (IUE) no período pós-parto. 



A incontinência urinária, também pode ter impacto de forma significativa na função sexual das mulheres. Uma vez que têm medo de perder urina durante o ato sexual, ou da necessidade de interromper a relação para urinar. Deste modo, a perda urinária pode tornar-se um obstáculo para o envolvimento e satisfação sexual, pois, os sentimentos negativos, podem levar a mulher a sentir-se impotente por não conseguir controlar uma função do próprio corpo. Esta condição pode gerar: frustração, depressão e isolamento social.

O tratamento da IU na gravidez e no pós-parto pode englobar, dependendo da avaliação
de cada paciente, fisioterapia com exercícios de fortalecimento e relaxamento dos músculos do pavimento pélvico, terapia laser de baixa intensidade, electroestimulação e bio feedback, otimização do ambiente hormonal, melhorias dos hábitos de vida associados a uma dieta alimentar equilibrada e redução dos fatores de risco.

Os exercícios para o pavimento pélvico são geralmente recomendados durante a gravidez e após o parto para a prevenção e tratamento de incontinência, que podem ser feitos várias vezes por dia para fortalecer os músculos do pavimento pélvico, e são normalmente ensinados por um profissional de saúde como um fisioterapeuta.

De facto, a profilaxia é um fator determinante na vida da mulher, pois as estruturas que suportam os órgãos pélvicos necessitam de adaptar-se à sobrecarga do peso e à passagem do feto durante o parto vaginal. Para isso, os exercícios perineais e a preparação dos músculos do pavimento pélvico durante o período gestacional são fundamentais para prevenir danos neuromusculares e a IU, uma vez que é esperado um declínio da força do pavimento pélvico desde a 20ª semana de gestação até seis semanas após o parto.

Se está grávida ou pensa engravidar, contacte-nos!! Podemos ajudá-la a prevenir esta situação.

Se já é mãe e sofre com esta patologia, encontrou a solução!! Contacte-nos hoje mesmo.

Henrique Pedroso
Fisioterapeuta

Referências:

  1. http://www.arsnorte.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/3/2018/01/Parecer_6_2010_Tese_Licenciatura_Sonia_Carvalho.pdf
  2. https://www.tuasaude.com/gravidez-e-incontinencia-urinaria/
  3. https://interfisio.com.br/treinamento-dos-musculos-do-assoalho-pelvico-durante-a-gestacao-como-prevencao-da-incontinencia-urinaria-de-esforco-no-periodo-gestacional-e-no-pos-parto-vaginal/
  4. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99200/assis_lc_me_botfm.pdf?sequence=1&isAllowed=y
  5. https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/view/737/858
  6. https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/891/1354


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