A presença de substâncias tóxicas, como os metais pesados, no fumo do tabaco, ficam retidas nos tecidos do organismo, e consequentemente alteram a sua funcionalidade acarretando graves patologias e sintomas muito desagradáveis.
Apesar de ser de conhecimento geral que o hábito tabágico é nocivo para a saúde dos pulmões, quão nefasto é para a sua saúde urológica e sexual?
Verifique algumas consequências que o hábito tabágico apresenta ao nível urológico e do aparelho reprodutor:
MUTAÇÃO CELULAR
Além da nicotina, o tabaco contém metais pesados, que levam à mutação das células, no caso do homem, concretamente da próstata (e outras). A ingestão constante de metais pesados cria condições favoráveis ao crescimento da próstata, o que pode levar ao adenoma e ao cancro desta.
Na mulher aumenta o risco de cancro da mama e quando em combinação com contraceptivos hormonais este risco é substancialmente acrescido.
DESEQUILÍBRIO HORMONAL
A nicotina e os agentes cancerígenos do fumo do tabaco inibem a função testicular, pelo que a testosterona no sangue diminui e os valores de estrogénios aumentam. Como resultado, ocorre um desequilíbrio hormonal, que afeta negativamente o funcionamento da próstata e leva ao seu crescimento excessivo.
No caso da mulher a função ovárica fica diminuída, a par de alterações da função do Sistema Nervoso Central, podendo ocorrer: diminuição do desejo sexual, amenorreia, ou sangramento e patologia metabólica.
REDUÇÃO DA IMUNIDADE
O tabagismo suprime o sistema imunológico, o que leva a infeções no sistema geniturinário (no homem e na mulher) e ao desenvolvimento de doença como a uretrite e/ou inflamação da próstata – prostatite (no caso do homem) ou cistite e/ou infeção urinária (no caso do homem e da mulher).
DIMINUIÇÃO DO DESEJO SEXUAL E QUALIDADE DAS RELAÇÕES SEXUAIS
A nicotina afeta negativamente o sistema nervoso humano. Não só reduz os níveis de testosterona (no homem) e estrogénios (na mulher) inibindo a libido, como leva a uma diminuição na qualidade das sensações durante a relação sexual, podendo resultar na ejaculação incompleta ou à sua completa ausência (no que se refere ao homem) e dificuldades na lubrificação e obtenção do orgasmo (quando nos referimos à mulher).
Assim, deve sempre ter em mente que um fumador sofre uma acentuada redução da capacidade imunitária, diminuição da função hormonal e do sistema nervoso central, bem como incorre em maior risco de mutações genéticas, estando assim aumentado o risco de cancro e de contrair infeções, e ainda de perda da função sexual.
Larysa Zorkina
Enfermeira
Referências:
- Mirra, A.P. et al. Projeto Diretrizes - Evidências Científicas sobre Tabagismo para subsídio ao poder judiciário, Brasília, DF, 2013.
- U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMANS SERVICES. Public Health Service. Office of the Surgeon General. The Health Consequences of Smoking – 50 years of progress. A report of the Surgeon General. Rockville, MD, 2014
- Giusti, André Luis; Interferência do tabaco no sistema imunitário - estado atual e perspectivas - revisão da literatura. ConScientiae Saúde. 2007;6(1): 2007, pp. 155-163; ISSN: 1677-1028. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=929/92960118
- http://www.arscentro.min-saude.pt/SaudePublica/Literacia/ProjectoConhecerSaude/Paginas/Tabacoesaude.aspx
- https://www.e-konomista.pt/efeitos-do-tabaco/
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