segunda-feira, 18 de maio de 2020

PANDEMIA MOSTROU A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE SAÚDE DE ACESSO UNIVERSAL

O ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes considera que os países aprenderam com a pandemia a importância de ter sistemas de saúde de acesso universal para responder a situações inesperadas, mas também às necessidades da população.

«As lições que se tiram deste período ultrapassam em muito a dimensão nacional, são lições globais porque em grande medida, na maior parte dos países, fica claro o apelo que a Organização Mundial de Saúde tem vindo a fazer há muitos anos de se implementarem sistemas de cobertura geral e de acesso universal», disse o ex-governante em entrevista à agência Lusa.

O médico e ex-administrador hospitalar afirmou que na Europa os países que têm respondido melhor à pandemia são os que «tinham uma reserva funcional positiva dos seus sistemas de saúde».

«Quando falo de sistemas de saúde não falo apenas da componente de prestação de cuidados, porque nesta matéria é também muito importante a dimensão da saúde pública como componente do sistema que aborda as questões a montante no controlo da transmissão das doenças e da sua monitorização», explicou.

Contudo, salientou, «não há dúvida nenhuma de que, olhando para o mundo, para os Estados Unidos, Reino Unido, para França, Itália para Espanha, rapidamente todos os governos perceberam a importância de ter sistemas de saúde de raiz pública com uma forte componente pública que respondam por situações destas, que são situações inesperadas e de pandemia, mas também pelas respostas às necessidades de saúde dos cidadãos».

Para o ex-governante, todos os Estados têm de considerar que «a saúde não é de facto uma despesa inútil, que é um fortíssimo investimento até na economia».

«Nós temos a economia parada, temos um risco de uma recessão económica brutal, temos perspetivas de desemprego, de quebra de rendimentos e tudo isto por razões sanitárias», salientou.

Adalberto Campos Fernandes disse acreditar que vai haver uma mudança de paradigma que vai correr o mundo, desde a Europa e que mais tarde ou mais cedo chegará também aos Estados Unidos.
Os Estados Unidos são hoje «o exemplo concreto» do que é um país que não tem um sistema de saúde estruturado, bem organizado, capaz de responder às necessidades das pessoas.

«Vemos pessoas a morrerem por falta de assistência médica, por falta de cobertura financeira, o que é absolutamente inadmissível», lamentou.

Especialista em saúde pública, referiu ainda que após esta pandemia vai haver muitas mudanças desde logo «a relação social, o funcionamento das instituições e a prestação de cuidados de saúde irão ser diferentes».

Fonte: Univadis.pt

quinta-feira, 7 de maio de 2020

MENOPAUSA: REFLEXÃO

Há muitos medos e mitos em torno da terapia de substituição hormonal (HST). Neste artigo iremos compreender o processo, com base nas experiências de mulheres que utilizaram a terapia assim como em dados das pesquisas disponíveis e com a revisão da literatura.

Muitos afirmam que as hormonas são prejudiciais porque são sintéticas. Mas hoje em dia, podem ser usadas apenas hormonas bio idênticas que são semelhantes às existentes no nosso organismo, não só em estrutura como em funções, sendo por isso: mais seguras, mais eficazes e mais fáceis de otimizar.

As hormonas foram estudadas suficientemente bem, muito melhor do que qualquer outra substância do nosso corpo. O seu estudo começou nos anos 30 do século passado. Atualmente, a literatura científica conta com dezenas de milhares de publicações sobre este tema.

É uma opinião muito comum que, se a natureza inventou a menopausa, que assim a devemos viver. Infelizmente, muitas vezes vemos relutância do médico em interferir no "processo biológico natural", o que se deve à falta de conhecimentos básicos sobre a menopausa e as indicações para administração de TSH. Isto leva a que muitas mulheres não tenham conhecimentos das oportunidades modernas que existem para melhorar a qualidade de vida na menopausa, prevenir o desenvolvimento de muitas doenças, e da assistência que os médicos podem prestar durante este período difícil da vida da mulher. 

Tudo depende dos objetivos que as mulheres estabelecem para si próprias ou da sua ausência. Pensar na longevidade ativa ou escolher demência senil depois de 80 anos. Por isso, devem ser feitos todos os esforços para assegurar a produção natural das hormonas, pois são sempre melhores 

As mulheres queixam-se frequentemente do aumento de peso durante a menopausa. No entanto, não é das hormonas bio idênticas que ganham excesso de peso. Podem engordar devido ao stress oxidativo em que o corpo se encontra e que resulta de várias deficiências (ou seja, o processo de fornecimento de energia no corpo é ineficaz, acumula muitas toxinas, e o corpo, sendo inteligente, tenta desintoxicar-se, absorvendo água da corrente sanguínea para o seu espaço intracelular, e nem sempre consegue remover tudo; provocando inchaço e consequente aumento de peso). Se uma mulher já apresenta excesso de peso devido a alterações no equilíbrio hormonal relacionados com a idade, estes medicamentos irão ajudá-la a perder peso. 

Outro mito é que a TSH pode causar problemas cardiovasculares e trombose. O risco é mínimo e a eficácia da terapia é maximizada nos estados iniciais da menopausa: afrontamentos, taquicardia, insónias, síndromes urogenitais. 

E outro mito comum é que a terapia de reposição hormonal pode provocar cancro. O último guia, publicado pela Sociedade Internacional de Menopausa (International Menopause Society — IMS), fornece informação de que o risco de cancro da mama no contexto da toma de TSH é <1 por 1000 mulheres por ano, o que não excede a probabilidade do desenvolvimento da patologia sob a influência de vários fatores ambientais ou estilo de vida. 

Todos os medos são mitos. 

A reposição hormonal com TSH permite a eliminação de sintomas como afrontamentos, taquicardia, irritabilidade, desatenção, esquecimento, diminuição da líbido; numa fase inicial (pré-menopausa) ou durante a transição para a menopausa ajudando a irradicar e controlar os sintomas como  secura na vagina, incontinência, rugas, secura, queda de cabelo e outros, que podem aparecer 2 a 4 anos após a menopausa. 

A reposição com TSH diminui orisco de desenvolvimento da artrite, aterosclerose, osteoporose e doença de Alzheimer. 

Mas o mais importante, a TSH pode ajudar na manutenção da qualidade de vida.