segunda-feira, 8 de abril de 2019

HIPOTIROIDISMO - FATOR DE RISCO PARA DEPRESSÃO


GLÂNDULA TIROIDE

A tiroide é uma pequena glândula em forma de borboleta localizada inferiormente à protuberância laríngea, a conhecida maçã de Adão.

Sendo um importante regulador corporal – atua na regulação da temperatura, da fome, do gasto de energia, entre outros – os problemas de tiróide podem causar sintomas generalizados no organismo.

De acordo com o National Women's Health Information Center, estima-se que mais de metade da sociedade sofre com problemas de tiróide e desconhece que essa é a origem de muitas situações como: a fadiga extrema, a depressão e o desequilíbrio do peso ponderal.

A glândula tiroide controla muitos aspetos do metabolismo, incluindo a regulação da produção de várias hormonas que permitem que o corpo realize funções vitais - como a digestão e a reprodução, por exemplo. 

Por vezes, a função da glândula tiroide é alterada e a sua produção hormonal passa a ser escassa ou inexistente. Estas situações são problemáticas no que toca à regulação do peso corporal, estabilização do humor ou da líbido mesmo que os sintomas causados por esses desequilíbrios hormonais afetem cada indivíduo de forma diferente. (1,2)

Duas das mais importantes hormonas, produzidas pela tiróide, são as chamadas T3 (Triiodotironina) e T4 (Tiroxina). Estas hormonas, uma vez produzidas percorrem o corpo através da corrente sanguínea e convertem oxigénio e calorias em energia. Essa energia é crucial para funções cognitivas, regulação do humor, processos digestivos, líbido sexual saudável, entre outros.


Dentro das várias patologias da tiróide, o hipotiroidismo é a mais comum. É uma doença endócrina que resulta da perda de função da glândula tiroideia. De acordo com o estudo e_COR, da responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, a sua prevalência aproximada é de 9% na população de Portugal continental, registando-se uma prevalência do hipotiroidismo congénito de 1 em cada 3.200 recém-nascidos. 

Por outro lado, no estudo PORMETS, da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, encontrou-se uma prevalência menor, de cerca de 5%. De acordo com este último estudo, o hipotiroidismo atinge 4 vezes mais as mulheres do que os homens (2).

Principais fatores de risco:

  • Ser do género feminino
  • Ter 60 anos ou mais
  • Ser consumidor frequente de açúcar – ambiente hiperinsulinémico (3,4,5)
  • Ser consumidor frequente de adoçantes (incluindo aspartame e sucralose) (6,7)
  • Deficiência de iodo 
  • Ter um histórico familiar de doença da tiroideia
  • Ter uma doença auto-imune, como diabetes tipo 1 ou 2 ou doença celíaca (8,9)
  • Ter sido tratado com iodo radioativo ou medicamentos antitireoidianos
  • Ter sido exposto a radiação na zona do pescoço ou na parte superior do tórax
  • Ter sido submetido a uma cirurgia tiroideia (tireoidectomia parcial)
  • Estar grávida ou ter tido um bebé nos últimos seis meses

Laboratorialmente, o hipotiroidismo caracteriza-se por um aumento da hormona hipofisária reguladora da tiroide, a TSH (hormona estimulante da tiroide) que pode ser acompanhado, ou não, por diminuição das hormonas tiroideias triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) no sangue. Quando os níveis sanguíneos das hormonas tiroideias estão diminuídos, fala-se de hipotiroidismo clínico, uma forma da doença que pode atingir cerca de 1% e 1,6% da população de acordo, respectivamente, com os estudos e_COR e PORMETS e que, como o nome indica, se pode fazer acompanhar de sintomatologia clínica.

Alguns sintomas desta condição são:


HORMONAS TIROIDEIAS E A DEPRESSÃO

Estudos revelam que as hormonas tiroideias influenciam a neurotransmissão
noradrenérgica e serotoninérgica, que desempenham um papel fundamental na patogénese da depressão e são alvos das atuais terapias antidepressivas. 

Estes estudos revelaram níveis aumentados de serotonina (hormona do bem-estar e prazer) no córtex cerebral após a administração de T3, e a diminuição da síntese de serotonina no cérebro com hipotireoidismo. A serotonina tem, também, um efeito inibitório na secreção da hormona libertadora de tirotropina (TRH), sugerindo maior fornecimento da hormona T3, o que permite a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-tiróide quando os níveis de serotonina no cérebro estão baixos.

Não sendo o único elemento crucial para a produção de serotonina, as hormonas tiroideias mostram dar um contributo importante para o estado de ânimo, bem-estar e qualidade de vida (10).

HORMONAS TIROIDEIAS E O ANTIAGING

Sendo que a função tiroideia tende a ficar comprometida com a idade, torna-se muito vantajosa a avaliação regular e potenciação desta função.

Muitas vezes, patologias consideradas “normais para a idade” como a pressão arterial elevada, a hipercolesterolémia ou a insuficiência cardíaca, têm origem na insuficiência da função da tiróide. A boa gestão energética calórica no corpo e o estímulo para a produção de hormonas sexuais está diretamente associado à presença de hormonas tiroideias ativas – principalmente a T3. 

A avaliação e tratamento podem alterar sintomas em menos de uma semana (11).


NUTRIÇÃO PARA A TIROIDE

Assim como todos os outros órgãos, a tiróide precisa ser alimentada com nutrientes
específicos de modo a garantir o seu bom funcionamento. 
Diversos nutrientes, como o iodo e o selénio, desempenham um papel essencial no que diz respeito à função da tiróide. O Iodo e alguns aminoácidos são convertidos por esta glândula em hormonas T3 e T4. 

Pesquisas mostram que tanto o excesso como a falta de iodo podem afetar esse processo importante e contribuem para a disfunção da tiróide (12). A carência de vitaminas do complexo B, zinco e outros minerais, bem como problemas na absorção intestinal podem piorar a situação. 

Os distúrbios da tiróide e doenças associadas podem ter realmente um impacto negativo em praticamente todas as áreas da vida. Desde problemas como depressão, ansiedade ou disfunções sexuais. A manutenção da saúde tiroideia é vital para manter a sua vida física, mental, emocional e sexual em equilíbrio.

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Nutricionista 3285N 



Fontes: 
  1. Gessl A, Lemmens-Gruber R, Kautzky-Willer A. (2012) Thyroid disorders. Handb Exp Pharmacol. (214):361-86. 
  2. Kostoglou-Athanassiou, K. Ntalles (2010) Hypothyroidism - new aspects of an old disease. Hippokratia. Apr-Jun; 14(2): 82–87
  3. Rezzonico, J., Rezzonico, M., Pusiol, E., Pitoia, F., & Niepomniszcze, H. (2008). Introducing the thyroid gland as another victim of the insulin resistance syndrome. [Abstract]. Thyroid,18(4), 461-464. Retrieved August 24, 2017, from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18346005?dopt=AbstractPlus.
  4. https://www.thyromate.com/blog/thyroid-and-blood-sugar-relationship 
  5. Samechi, P. and Kim, P. The Association Between Sugar Substitutes and Hashimoto's Thyroiditis (HT). 15th International Thyroid Congress; Lake Buena Vista, Florida; October 19-23, 2015; abstract SCP 28. 
  6. https://www.verywellhealth.com/thyroid-patients-should-avoid-artificial-sweeteners-3233020 
  7. Pałkowska-Goździk E, Bigos A, Rosołowska-Huszcz D. Type of sweet flavour carrier affects thyroid axis activity in male rats. Eur J Nutr. 2018 Mar;57(2):773-782. doi: 10.1007/s00394-016-1367-x. Epub 2016 Dec 31.
  8. Chaker, L., Ligthart, S., Korevaar, T. I. M., Hofman, A., Franco, O. H., Peeters, R. P., & Dehghan, A. (2016). Thyroid function and risk of type 2 diabetes: a population-based prospective cohort study. BMC Medicine, 14, 150. http://doi.org/10.1186/s12916-016-0693-4
  9. Shun CB, Donaghue KC, Phelan H, Twigg SM, Craig ME. Thyroid autoimmunity in Type 1 diabetes: systematic review and meta-analysis. Diabet Med. 2014 Feb;31(2):126-35. doi: 10.1111/dme.12318. Epub 2013 Nov 8.
  10. Dayan, C. M., & Panicker, V. (2013). Hypothyroidism and depression. European thyroid journal, 2(3), 168-79. 
  11. http://www.hormonetherapyaugusta.com/thyroid,-hormones-and-anti-aging.cfm
  12. https://www.thyroid.org/iodine-deficiency/


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